Por: Júlio Cavani - Diario de Pernambuco
Publicado em: 24/06/2016 08:30 Atualizado em:
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| Pernambucano Bruno Garcia está no longa-metragem. Foto: Europa Filmes/divulgação |
Aos poucos, o Brasil expande a produção de cinema de terror. Com o pernambucano Bruno Garcia no papel de investigador de fenômenos sobrenaturais, o filme O caseiro, em cartaz hoje no Cinépolis Guararapes, segue um caminho que se aproxima tanto de sucessos recentes como Invocação do mal quanto de clássicos como Os inocentes (1961).
Garcia interpreta um professor de psicologia que escreveu um livro, baseado em fatos reais, sobre um menino que via o fantasma do pai. Uma aluna dele o convida para ir à fazenda da família, onde a irmã dela tem tido visões do espírito de um antigo caseiro da propriedade, morto após cometer suicídio décadas antes. A menina também afirma sofrer agressões do finado e possui hematomas no corpo.
O caseiro é um filme de “exercício de gênero”. A proposta não é necessariamente inovar, mas trabalhar com elementos clássicos, como a casa malassombrada e a criança que vê espíritos. Há um enigma a ser desvendado, que deixa no ar a dúvida entre sobrenaturalidade, conspiração ou alucinação. O desenvolvimento da trama é conduzido sem furos, de forma eficiente o suficiente para deixar o espectador tenso e curioso. O suspense é proporcionado mais pelo mistério do que pelos sustos ou pela violência.
Apesar de não chegar a surpreender (e de ser prejudicado por limitações dramáticas no trabalho com o elenco), o diretor paulista Julio Santi passa no teste e parece pronto para orquestrar desafios cinematográficos mais pretensiosos.
