Anúncio Após recusa de cinco mulheres, Marcelo Calero será secretário de Cultura do governo Temer Pasta é vinculada ao Ministério da Educação e Cultura, sob comando do pernambucano Mendonça Filho

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 18/05/2016 16:05 Atualizado em: 18/05/2016 16:27

Calero é o atual secretário de cultura do Rio de Janeiro. Foto: Facebook/Reprodução
Calero é o atual secretário de cultura do Rio de Janeiro. Foto: Facebook/Reprodução

Rodeado por uma equipe formada exclusivamente por homens no comando dos ministérios, o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) anunciou a intenção de escalar uma pessoa do "mundo feminino" para gerir a Secretaria Nacional de Cultura. Após recusa de pelo menos cinco mulheres, entretanto, ele chamou para o cargo o atual secretário de Cultura do Rio de Janeiro, Marcelo Calero.

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O gestor viajou a Brasília e acertou os detalhes do cargo com o presidente interino da pasta em vias de ser criada em meio a duras críticas e protestos contra a extinção do Ministério da Cultura. A Secretaria Nacional de Cultura é vinculada ao Ministério da Educação e Cultura, comandada pelo pernambucano Mendonça Filho.

A apresentadora Marília Gabriela foi a primeira mulher a revelar ter sido sondada para a pasta. Além dela, recusaram o convite a antropóloga cearense Cláudia Leitão - que publicou um texto com um "sonoro não" no Facebook -, a consultora de projetos culturais da Fundação Getúlio Vargas Eliane Costa, a atriz Bruna Lombardi e, por fim, a cantora Daniela Mercury.

Marcelo Calero é formado em direito na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), passou pela Petrobras e embaixada brasileira no México. Ele é próximo ao atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB) e presidiu o órgão formado para celebrar os 450 anos da Cidade Maravilhosa, chamado de Comitê Rio 450. Na carreira, também conta uma passagem pela Companhia de Valores Mobiliários (CVM), em 2005.

Desde o anúncio do fim do Ministério da Cultura, no dia 12 de maio, a classe artística e dirigentes políticos têm se posicionado contra a decisão do presidente interino. A pasta foi criada em 1985, após o fim da ditadura militar. Entre 1990 e 1992, durante o governo Fernando Collor, a pasta perdeu o status de ministério.

Nesta terça-feira, dez cidades foram palco de protestos contra a criação do Ministério da Educação e Cultura, inclusive a sede da Fundação Nacional de Artes (Funarte), no Rio de Janeiro. No Recife, o antigo prédio da regional Nordeste do Ministério da Cultura, no bairro do Recife, e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em Soledade, receberam manifestações.

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