Despedida Músicos do Recife comentam influência de Lemmy, do Motörhead Cantor que morreu na segunda-feira foi uma referência para artistas de diferentes estilos, como Siba, Karina Buhr e a banda Devotos

Por: Júlio Cavani - Diario de Pernambuco

Publicado em: 30/12/2015 07:28 Atualizado em: 29/12/2015 20:45

Lemmy em show da Motörhead no festival Abril Pro Rock em 2009. Foto: Alexandre Gondim/ DP
Lemmy em show da Motörhead no festival Abril Pro Rock em 2009. Foto: Alexandre Gondim/ DP
 
Quando veio ao Recife, Ian Fraser Kilmister foi recebido como um deus. Mais conhecido como Lemmy, o cantor e baixista britânico, que morreu aos 70 anos na noite de segunda-feira em Los Angeles, fez um show com a banda Motörhead no festival Abril Pro Rock em 2009, um momento histórico para os apreciadores de rock em Pernambuco.

Ao vivo, a banda confirmou que sua música transcende rótulos. Eles são bem aceitos ao mesmo tempo entre os fãs de metal, punk e hard core, mas o show também teve momentos de blues e de rock'n'roll clássico à moda antiga. O público estava hipnotizado, mais interessado em contemplar o palco, como em um ritual de adoração.

A morte de Lemmy representa o fim da Motörhead, uma das mais influentes bandas do mundo, que serviu de inspiração para gerações não só musicalmente, mas também pelo comportamento rebelde e assumidamente bruto do vocalista. O término do grupo foi confirmado oficialmente na terça pelo sueco Mikkey Dee, atual baterista, que também tocou no Recife, onde eles são referência não só para músicos de rock, mas também de outros estilos. Kilmister fez o último show há menos de um mês, mas já demonstrava cansaço e não aguentou os efeitos provocados pelo câncer que o vitimou.

MÚSICOS DE PERNAMBUCO COMENTAM A MORTE DE LEMMY:

"A Motörhead foi uma das bandas que me conectou com o mundo, que me fez sentir identificação com algo. Eles foram pioneiros em fazer um som que se enquadrava tanto no punk quanto no metal. Criaram um elo. Se não fosse o Motörhead, bandas como Nirvana, Guns'n'Roses e Metallica não existiriam, como a gente pode confirmar no documentário sobre Lemmy. Quando eu pintava camisetas de bandas, cheguei a fazer e a vestir algumas com o símbolo do Motörhead. Quando eu cruzar a fronteira, espero conseguir ver Lemmy tocar ao vivo de novo"
Neilton, guitarrista da Devotos

"Lemmy era um sobrevivente. De uma época que o rock era muito mais contestador do que é atualmente. Por isso, apesar dos 70 anos, ele sempre vai se manter como um cara do hoje. Até porque ele viveu como se não houvesse amanhã"
Wilfred Gadêlha, autor do livro PEsado e vocalista da banda Will2Kill

"Lemmy me motivou a tocar baixo. Quando mais jovem, era um dos meus letristas preferidos. Hoje em dia, gosto mais da banda que ele tinha antes do Motörhead, a Hawkwind. Ele também me influenciou a gostar de beber bourbon com refrigerante"
Claudio N, músico das bandas Chambaril e Nascinegro

"Voou meu Drácula!!! Lemmy Kilmister, o Ás de Espadas"
Karina Buhr, cantora
(depoimento publicado nas redes sociais)

"Melhor banda do mundo. Nunca parei de escutar os discos. Lemmy é um grande compositor. Musicalmente, escreve muito bem"
Siba, cantor
(depoimento cedido no show do Motörhead no Abril pro Rock em 2009)

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