Diario de Pernambuco
Busca
Cinema Violência nonsense é o diferencial da comédia de espionagem Kingsman Cenas de pancadaria e mortes são a única surpresa dessa nova sátira aos filmes de agentes secretos, que entra em cartaz no dia 5 de março

Publicado em: 26/02/2015 20:03 Atualizado em: 26/02/2015 19:31

Colin Firth na cena do massacre na igreja, uma das mais absurdas do filme. Foto: Fox/ Divulgação
Colin Firth na cena do massacre na igreja, uma das mais absurdas do filme. Foto: Fox/ Divulgação

 
Sátiras aos filmes de espionagem representam um gênero de comédia à parte. Entre os exemplos mais famosos estão o seriado clássico Agente 86 (lançado na década de 1960) e as paródias Casino Royale (1967), Top Secret (1984), Austin Powers (1997) e Johnny English (2003), entre outras. Até o próprio James Bond ironiza a si mesmo em alguns filmes oficiais da série 007. O mais novo representante desse estilo cômico é Kingsman: Serviço secreto, cuja estreia no Brasil está prevista para 5 de março.

Baseado em uma série de histórias em quadrinhos, Kingsman consegue escapar da total redundância, apesar de partir de uma premissa já tão explorada. Como tudo é já meio previsível (sim, eles vão salvar o mundo), a começar pela piada central, o filme precisa apoiar-se em boas cenas de ação. Isso ele consegue. Algumas chegam a ser manjadas, como o clássico pára-quedas que só se abre nos últimos segundos antes dos personagens chegarem ao chão, mas há outras sacadas mais originais que beiram o nonsense.

As sequências de violência são as mais ensandecidas. Dezenas de pessoas morrem e apanham ao mesmo tempo em poucos minutos, com imagens aceleradas que lembram o massacre japonês de Kill Bill, mas com um estilo próprio que também tem parentesco com as lutas coreografadas de Zack Snyder (Watchmen, 300). A pancadaria é mostrada com uma fluência inquieta, anormal, hiperativa, com auxílio de efeitos especiais que disfarçam os cortes, jogam o olhar para detalhes e alteram a velocidade dos movimentos.

Outro pequeno diferencial é a escolha do protagonista (vivido por Taron Egerton), um jovem suburbano que precisa ser treinado para aprender as habilidades de espião e também incorporar a elegância de um cavalheiro britânico. Seu tutor é um agente secreto veterano, interpretado por Colin Firth, ator que parece ter nascido para esse tipo de papel. Michael Caine e Samuel L. Jackson (um vilão com a língua presa) também participam do elenco com personagens moldados para eles.

A direção é de Matthew Vaughn, que produziu os dois primeiros filmes de Guy Ritchie (Snatch: Porcos e diamantes) e dirigiu Kick-Ass: Quebrando tudo, Stardust: O mistério da estrela e X-Men: Primeira classe. As histórias em quadrinhos de Kingsman são de autoria do roteirista Mark Millar (Kick-Ass) e do desenhista Dave Gibbons (Watchmen). Ambos também trabalharam em gibis do personagem Juiz Dredd, entre outras séries da DC Comics, Marvel e Dark Horse.

Mark Hamil (o Luke Skylwaker de Star Wars) faz algumas pontas no filme, mas com visual irreconhecível. Sua participação é uma referência à primeira história da série de quadrinhos, que começa com o sequestro do ator por terroristas.



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL