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Adeus a Gladstone Viera Belo: ex-companheiros e amigos lamentam morte de jornalista

Ex-vice-presidente do Diario de Pernambuco faleceu na quarta (27) aos 77 anos, no Recife

Publicado em: 28/03/2024 10:34 | Atualizado em: 28/03/2024 13:23

Gladstone Vieira Belo morreu na quarta (27)  (Foto: Arquivo)
Gladstone Vieira Belo morreu na quarta (27) (Foto: Arquivo)
A morte do jornalista Gladstone Vieira Belo, de 77 anos, gerou grande repercussão entre amigos, ex-companheiros de trabalho no Diario de Pernambuco e autoridades.

Ex-vice-presidente do jornal, Gladstone faleceu na quarta (27), após levar uma queda no apartamento onde morava e passar 12 dias internado no Hospital Português, no Recife. 

A cerimônia de despedida será no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife, a partir das 15h30 desta quinta (28). 

Gladstone Vieira Belo na redação do Diario  (Foto: Arquivo)
Gladstone Vieira Belo na redação do Diario (Foto: Arquivo)
O ministro do Superior Tribunal de Justiça Ogg Marques Fernandes, que foi repórter do Diario,  se pronunciou sobre a morte de Gladstone.

Em texto enviado ao jornal, nesta quinta (28), ele citou a dedicação do jornalista à frente do Diario de Pernambuco.

“Estou profundamente triste com o falecimento de Gladstone. Foi durante um bom tempo meu editor-geral, nos anos 1970. Ele e o Diario de Pernambuco se confundiam numa única imagem, tal era o grau de comprometimento do grande jornalista com o jornal. Culto, poeta, de temperamento ameno com todos da redação, fez uma carreira brilhante nos Diários Associados. Redigia as matérias apenas com os dois indicadores nas antigas máquinas de datilografia, com um texto elegante. Puxa vida! Como eu gostaria de ouvir hoje o papo entre ele , Antônio Camelo, Joezil Barros e Selênio Homem de Siqueira, no céu dos grandes jornalistas”, Lembrou o Ministro.

Ministro Ogg Marques Fernandes trabalhou no jornal  (Foto: Arquivo)
Ministro Ogg Marques Fernandes trabalhou no jornal (Foto: Arquivo)
O Jornalista e amigo João Alberto Martins Sobral, que trabalhou no Diario de Pernambuco por quase 50 anos, enviou um texto à redação, falando sobre o amigo e a convivência por anos no Jornal.

No texto "o adeus a um amigo querido", João Alberto disse que a quinta-feira da Semana Santa começou "muito triste". 

"Tomei conhecimento da morte de Gladstone Vieira Belo, um amigo de 50 anos, que nos deixou depois de sofrer uma queda no seu apartamento dos Aflitos", afirmou.
 
O colunista social lembrou o início da carreira no Diario e contou histórias pelas quais passou com o amigo. 

"Começamos juntos como repórteres da equipe de Antônio Camelo. Recordo de um fato em que, depois de uma reportagem com Dom Helder, inventamos que ele seria demitido e seria chamado à sala do superintendente Nereu Bastos.  Ele passou o dia inteiro preocupado, sem saber que tinha disso uma brincadeira dos colegas. Teve uma brilhante carreira no jornal, chegando a ser diretor de redação.  Depois, foi eleito membro do Condomínio dos Diarios Associados e nomeado presidente do jornal. Cargo que decidiu passar para Joezil Barros, quando este entrou no Condomínio. Durante todos este anos, estivemos juntos, praticamente todos os dias. Recordo da sua sala na antiga sede da Rua do Veiga, repleta de jornais antigos, onde, ainda usando máquina de datilografia, fazia os editoriais do jornal.  Gostava de conversar com ele, sempre aprendendo, um grande jornalista e que dominava a língua portuguesa, como poucos. Teve um lado poeta, na Geração 65, uma carreira que ele preferiu não continuar", escreveu.

João alberto foi colunista do Diario (Foto: Arquivo)
João alberto foi colunista do Diario (Foto: Arquivo)
João Alberto também falou sobre passagens interessantes  que marcaram a carreira de Gladstone. 

"Tinha hábitos que não abria mão. Como ir todos os sábados fazer compras, com Ana Lúcia, companheira de tantos anos, no Mercado de São José e depois almoçar, no Spettus, Costa Brava ou Filipe. E ir praticamente todos os anos à Europa, sempre com Paris e Lisboa no roteiro, cidades que adorava. Depois da pandemia, vivia praticamente recluso. Eu não tinha nem o prazer de encontrá-lo nos restaurantes. Com certeza, está junto com Joezil Barros, com quem dividiu por anos o comando do Diario de Pernambuco. Deixando muita saudade à sua legião de amigos”, escreveu o amigo João Alberto.

A jornalista e atual Diretora de Jornalismo do grupo Diario de Pernambuco, Paula Losada, também escreveu sobre a convivência por mais de 30 anos com Gladstone.

“Lamento imensamente o falecimento de Gladstone, com quem convivi por mais de 30 anos. Extremamente discreto e reservado, teve um papel importante no apoio e difusão da cultura em Pernambuco, particularmente da literatura, abrindo sempre espaço no jornal para jovens poetas e escritores. Foi um intelectual que sempre fugiu dos holofotes e nunca abandonou a máquina de escrever.  É uma grande perda”, lamentou Paula Losada.

Amigo por mais de 40 anos, o jornalista Marcus Prado também falou sobre o sentimento de perda de Gladstone. 

O luto por um amigo como Gladstone é uma experiência dolorosa", escreveu.

Prado também disse que "é difícil encontrar palavras, nesta hora de grande tristeza,  para dar o testemunho de uma amizade de mais de 40 anos. Sua partida vai deixar um vazio na minha vida, na escola de Jornalismo que foi o  Diario. Foi um excelente profissional, competente e de uma simplicidade exemplar, sem deixar  de ser criativo no oficio que abraçou. Poeta, leitor dos grandes clássicos de nosso idioma. Deixou um livro, inédito, reunião de poemas,  sobre o qual me dava notícia e o convite, que me fez, de ser o seu prefaciador. Perdi um grande amigo, fica a saudade e as lembranças de tudo que compartilhamos", acrescentou.

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