Circulação

Túnel da Abolição ganha segurança 24 horas para inibir vândalos e é reaberto

Publicado em: 22/01/2020 19:33 | Atualizado em: 23/01/2020 21:41

Foto: Peu Ricardo/DP Foto.
O Túnel da Abolição, localizado no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, foi reaberto por volta das 21h30 desta quarta-feira (22) e passou a contar com guarita e segurança 24 horas. Pela terceira vez em dois meses, vândalos tentaram roubaram os equipamentos que fazem a sucção do lençol freático, provocando alagamento e interdição do acesso. A última tentativa de furto aconteceu na noite desta terça-feira (21). Nas primeiras horas da manhã desta quarta (22), o túnel amanheceu alagado e foi fechado durante todo o dia, causando um enorme congestionamento na região. Segundo a Secretaria estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh-PE), cerca de 500 mil litros de água foram sugados. Além do lençol freático, a maré alta contribuiu para a formação de um grande bolsão de água. A área já possui câmera de monitoramento, mas não impediu a ação dos vândalos, por isso foi necessário um reforço ostensivo na segurança, disse o estado.

O Grande Recife Consórcio, responsável pela manutenção do Túnel da Abolição, afirmou que houve tentativa de furto dos cabos que alimentam as bombas d’água. Um ato de vandalismo nos quadros de força do equipamento também comprometeu o sistema de esgotamento no local. Ainda na noite de ontem (terça, 21), equipes estiveram no local para sugar o bolsão, que voltou a encher com a subida da maré. “Foi essa associação com a maré que fez com que os trabalhos para solucionar o caso se estendessem durante todo o dia. O Consórcio, a Emlurb e a Compesa estão na área e continuarão trabalhando ao longo da noite para restabelecer o Túnel da Abolição”, informou o Grande Recife. Três bombas do Governo do Estado e um caminhão da Emlurb foram utilizados para sugar e esgotar a água. Inicialmente, o consórcio havia informado que um defeito mecânico teria danificado as bombas. 

Por conta da interdição, o dia foi de muito engarrafamento nas ruas José Osório e Real da Torre. Os motoristas precisaram desviar pela Real da Torre para acessar a Caxangá e procurar vias alternativas para seguir para a Zona Sul do Recife. Além da ocorrência desta quarta, foram registrados atos de vandalismo nos dias 14 de novembro e 20 de dezembro do ano passado. No entanto, desde a sua inauguração, em 12 de abril de 2015, o Túnel da Abolição já passou por outras quatro interdições em 2015 e 2016, por problemas de alagamento provocados por defeito mecânico das bombas. 

“Eu desconheço que possa ter havido erro de projeto neste túnel. Um viaduto poderia ter sido uma solução mais simples em termos de construção, mas iria esbarrar na legislação de patrimônio histórico, que não permite a construção de viadutos em frente a bens, como o Museu da Abolição. E qualquer intervenção construtiva de perfuração se depara com o lençol freático. A existência e funcionalidade dessas bombas já estavam previstas em projeto. Elas trabalham continuamente de 40 em 40 minutos para fazer o esgotamento da água”, justificou o secretário executivo da Seduh-PE, Fred Ferreira. Segundo ele, a porta onde ficam os equipamentos é soldada. “Para abrir o quadro, tem que quebrar. Por isso, desta vez, ao quebrarem o painel de acionamento, o dano se estendeu às bombas. Elas serão substituídas por bombas sobressalentes”, explicou. 

O secretário ressalta que todo o material utilizado no esgotamento de água é de alumínio e não tem qualquer valor de mercado, diferente do cobre, por exemplo. “Eu entendo essa questão do Túnel de Abolição mais como um problema social, porque embora o custo financeiro para o conserto dos equipamentos sejam irrisórios, o preço é alto para a população pelo transtorno que provoca, ainda mais por não ter sido um defeito mecânico. Quando a bomba pára de funcionar, dependendo da maré, a subida da água é muito rápida. Estamos desprendendo esforços para encontrar soluções definitivas e segurança 24 horas na área tende a resolver o problema”, disse Ferreira. 

Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL