FUNDAJ
Antônio Campos, novo presidente da Fundaj, participa de solenidade de posse
Publicado em: 17/06/2019 21:07 | Atualizado em: 17/06/2019 21:15
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Como uma das suas medidas administrativas, Antônio Campos promete implementar o termo de cooperação assinado com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O objetivo é que a Fundaj firme-se como braço operativo do FNDE na região. A aplicação de recursos e capacitação de gestores municipais são algumas das ações a serem fomentadas pela Fundação neste sentido. Serão fornecidas orientações sobre a aplicação dos recursos, por meio de pesquisas de monitoramento, além de treinamento e capacitação para os gestores municipais. As pesquisas para abalizar a destinação dos recursos devem ser realizadas pela Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes). Já os cursos para os gestores municipais serão oferecidos por meio da Escola de Inovação e Políticas Públicas (EIPP). A iniciativa andará conjuntamente com o plano de desenvolvimento para o Nordeste. O orçamento do FNDE previsto para este ano é de R$ 55 bilhões.
Utilizando citações de Joaquim Nabuco, Gilberto Freyre e Carlos Drummond de Andrade, Antônio Campos fez um discurso de posse em que relembrou sua ligação com a instituição. “Quis o destino que acontecesse este meu reencontro com a Fundaj. Em um passado não muito distante, andei de mãos dadas com meu pai, o escritor Maximiano Campos, e com meu tio, o sociólogo e cronista Renato Campos, pelas salas e corredores desta casa. Por estas mãos, fui conduzido ao contato com a intelectualidade”, declarou. Complementou, ainda, salientando a importância da Fundaj na era da informação, do conhecimento e da parceria que pretende estabelecer com o Ministério da Educação. “Com seu trabalho de pesquisa, educação, cultura e memória, muito já foi feito. Ainda há muito mais por fazer, em sintonia absoluta com o Ministério da Educação e as mãos firmes, competentes do Ministro. Estamos empenhados em prol da criança porque a educação é o novo nome da abolição no século XXI. É ela quem tem a força de transformar a vida das pessoas. Nabuco sabia disso e disse que mais importante do que acabar com a escravidão era acabar com a obra da educação. E a maior homenagem que podemos prestar a ele no século XXI é completar dar educação digna aos brasileiros, notadamente aos pernambucanos, visto que aqui há mais de 1 milhão de analfabetos com mais de 15 anos, o dobro da média nacional. Vejo o futuro com esperança e darei o melhor de mim a essa casa: minha inteligência, capacidade de trabalho e inspiração”, concluiu.
O líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra Coelho, falou sobre o simbolismo de pluralidade presente na solenidade. “Nesta sala temos todas as matizes políticas e ideológicas representadas porque esta é a casa do pensamento. Os rumos para o novo Brasil passam pelo Nordeste. Nossa região não é um problema, mas solução. Tenho certeza que Antônio sabe disto e o quanto esta casa está baseada em pesquisa, educação, inovação e cultura. Ele está preparado para este desafio. Tanto pela sua vida ao lado do pai, grande nome da literatura pernambucana, tanto quanto inspirado pela militância que teve ao lado de um dos maiores nomes da história políticas do nosso estado que foi Eduardo Campos”, afirmou.
Para o Ministro da Educação, Abraham Weintraub, o novo presidente da Fundaj representa um novo e importante momento para a Fundação e mesmo para o país. “A gente tem que reconstruir o Brasil com base no pensar, sem medo de jogar luz em cima do problema e analisá-lo, por pior que ele seja. Vejo esta capacidade de reconstrução em Antônio Campos. Parafraseando um dito da cultura popular brasileira, o fruto não cai longe da árvore e este que está sendo plantado aqui vai dar mais frutos, melhores e mais importantes para o Brasil. Esta é uma importantíssima instituição com forte bagagem histórica, cultural e um farol para o futuro não só do Nordeste, mas do país. Tendo este lugar entre suas origens, o mínimo que esperamos do novo presidente é que esta relação vá muito além, mais adiante. Diante de tudo isso, muito feliz com o fato de ele ter aceito o desafio”, afirmou.
O Ministro falou, ainda, sobre o momento atual, sobre o qual considera que uma das maiores escravidões pela qual o país está passando é a incapacidade de as pessoas terem liberdade para pensar e falar. Ele dissertou, ainda, sobre a situação do país na questão da educação, comparado a demais países da América do Sul. “A próxima avaliação entre os países que fazem esta análise do ensino, irá acrescentar o último ano do governo Dilma/Temer. Estaremos, provavelmente, no último lugar da América do Sul. O Brasil ficou por último pela escravidão. A gente se perdeu em antigos dogmas deixando de falar coisas novas”, ressaltou.
Pela manhã, em Petrolina, juntamente com o prefeito Miguel Coelho, Weintraub anunciou investimentos para o Sertão. Um total de R$ 5,7 milhões será destinado à construção de uma escola municipal e à instalação de sistemas de ar-condicionado em salas de aula. A nova unidade escolar será erguida no bairro Quati, que ainda não conta com escolas municipais. Os demais recursos serão utilizados no programa de climatização de pelo menos vinte instituições de ensino de Petrolina e compra de outros equipamentos. Além dos recursos para Petrolina, o ministro Weintraub anunciou R$ 2,1 milhões para mobília, instrumentos musicais e climatização de escolas nos municípios de Afrânio, Araripina, Bodocó, Dormentes e Serrita. Ainda foram liberados investimentos para o campus do Instituto Federal do Sertão (IF), localizado em Ouricuri.
Celebrações na Fundaj -
No dia 21 de julho serão celebrados os 70 anos da Fundaj e os 40 anos do Museu do Homem do Nordeste (Muhne). Foram criadas as medalhas Joaquim Nabuco, pela Fundaj, e Gilberto Freyre, pelo Muhne. Serão entregues 110 medalhas a servidores, instituições e personalidades. No mesmo dia, pela manhã, será realizada no Engenho Massangana, onde Nabuco viveu parte de sua infância, o lançamento dos selos Joaquim Nabuco e Gilberto Freyre. Já no dia 19 de agosto a Fundação será homenageada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Quem é Antônio Campos -
Membro da Academia Pernambucana de Letras e jornalista credenciado pela Associação Brasileira de Imprensa. Seu pai, Maximiano Campos, em conjunto com Gilberto Freyre, ajudou a fundar o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais e, posteriormente, assumiu a superintendência do Instituto de Documentação, onde adquiriu e preservou a memória da Fundaj. Antônio Campos, 50 anos, exerce a advocacia há 28. Possui 17 livros publicados, dentre eles a trilogia Pernambuco em Antologias, com mais de duas mil páginas. Foi agraciado, ainda, com diversas comendas como a Medalha Raimundo Faoro, e de distinções culturais e jurídicas, como o cargo de Conselheiro Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
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