Campanha

Vacinação contra gripe começa hoje com faixa etária ampliada

Publicado em: 10/04/2019 06:50 | Atualizado em: 10/04/2019 07:35

Além de levar crianças para serem imunizadas, pais e responsáveis também devem atualizar cartão de saúde. Foto: Paulo Paiva/DP. (Além de levar crianças para serem imunizadas, pais e responsáveis também devem atualizar cartão de saúde. Foto: Paulo Paiva/DP.)
Além de levar crianças para serem imunizadas, pais e responsáveis também devem atualizar cartão de saúde. Foto: Paulo Paiva/DP. (Além de levar crianças para serem imunizadas, pais e responsáveis também devem atualizar cartão de saúde. Foto: Paulo Paiva/DP.)

A Campanha Nacional de Vacinação contra o vírus da Influenza, que neste ano está em sua 21ª edição, se inicia hoje e segue até o dia 31 de maio com uma novidade: a ampliação do público-alvo a ser imunizado. Neste ano, serão beneficiadas crianças de seis meses a menores de 6 anos (5 anos, 11 meses e 29 dias). Antes, eram vacinados meninos e meninos menores de 5 anos (de seis meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias). Essa ampliação na faixa etária representa a inclusão de 752 mil crianças imunizadas, a nível nacional. Dessas, 143 mil são meninos e meninas pernambucanas.

“A ampliação da população a ser vacinada se dá a partir de dois critérios: os grupos epidemiológicos mais vulneráveis e a disponibilidade dos laboratórios produtores do imuno. E a cada ano se avalia o grupo epidemiológico mais suscetível para cada nova vacina”, justifica a coordenadora do Programa Estadual de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Ana Catarina de Melo.

Na primeira etapa da campanha, que acontece de hoje até o dia 19 de abril, a prioridade são as crianças dentro dessa faixa etária (de 6 meses de idade a menores de 6 anos) e gestantes. A partir do dia 22 de abril a 31 de maio, a campanha abre para os outros vulneráveis ao vírus da Influenza, que são os idosos a partir de 60 anos, puérperas, pessoas em condições clínicas especiais, trabalhadores da saúde, populações indígenas que vivem em aldeias, população do sistema prisional (reeducandos e profissionais), além dos professores.

Em Pernambuco, 2,5 milhões de pessoas estão dentro desse grupo epidemiológico vulnerável. A meta é imunizar 90% dessa população. A vacina está disponibilizada em qualquer unidade básica de saúde. O Dia D da 21ª Campanha de Vacinação Contra a Influenza será no dia 4 de maio.

Ana Catarina lembra que a circulação do vírus começa em janeiro, aumentando a partir de março, e segue até junho. E, com mais crianças a vacinar, é essencial a mobilização dos gestores públicos, na criação de estratégias para chegar às populações epidemiologicamente vulneráveis. “Precisamos reforçar também com os pais e responsáveis a importância da vacina, que começa a dar proteção em duas ou três semanas após a imunização. Inclusive, a não vacinação é considerada abandono de incapaz pelo Estatuto da Criança e do Adolescente”, alerta.

Além disso, crianças não vacinadas em anos anteriores devem tomar duas doses da vacina, com um intervalo de um mês entre elas. As que já fizeram esquemas anteriores e os demais públicos devem tomar apenas uma dose. Estima-se que uma pessoa infectada seja capaz de transmitir o vírus para até dois contatos não imunes. As crianças com idade entre um e cinco anos são as principais fontes de transmissão dos vírus na família e na comunidade, sendo possível a eliminação do vírus por até três semanas.

Em 2018, Pernambuco conseguiu vacinar 101,9% do público da campanha. De todos os grupos prioritários, só não foi alcançada a meta mínima de crianças (89,8%) – em todo o país, apenas dois estados (Amapá e Goiás) atingiram cobertura igual ou superior a 90%.

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), os profissionais das salas de vacina devem aproveitar a ida da população aos postos para verificar se as cadernetas de vacinação estão atualizadas e, em caso negativo, fazer a aplicação das doses de outros imunizantes que faltam. “Precisamos aproveitar esse momento para focar também nas coberturas de outras vacinas do calendário nacional. Isso é essencial para ampliarmos nossos indicadores e evitarmos outras doenças imunopreveníveis”, reforça Ana Catarina.

Para o grupo de portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, o Ministério da Saúde mantém a orientação da prescrição médica, que deverá ser apresentada no ato da imunização, especificando o motivo da indicação da vacina. Em caso de alergia ao ovo (pessoas que após ingestão apresentaram apenas urticária), não há contraindicação, mas, em quadros clínicos específicos, como alergia grave, é importante que a imunização seja feita em ambiente adequado (local com urgência e emergência) e com supervisão de profissional de saúde que possa reconhecer e prestar atendimento em caso de alguma condição alérgica.

 

Proteção

Devido à sua dinamicidade e pequenas mutações do vírus, a sequência ideal de vacinação contra a Influenza é anual, já que, segundo especialistas, essa é a média de tempo pelo qual um organismo permanece imune. Produzida pelo Instituto Butantan, a vacina que começa a circular hoje dá proteção contra três tipos de vírus da Influenza: o A (H1N1), o A (H3N2) e o B. Diferentemente de outros anos, está sendo registrada uma maior propagação dos casos do vírus tipo B, que não está vinculada a altas taxas de mortalidade.

o último boletim epidemiológico divulgado na segunda-feira, dos 671 casos notificados em 2019 por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), até o dia 16 de março, sete já tinham sido confirmados como sendo provocados pelo vírus da Influenza tipo B.

Essa é a época das doenças respiratórias. A notícia boa é que é possível atualizar a imunidade. Até o momento, os resultados são predominantes para vírus da Influenza tipo B, talvez por ele não ter circulado tanto no ano passado. O que circulou em um ano circula menos no seguinte devido à imunidade temporária a esses vírus. O vírus da gripe costume circular pelo mundo todo. Por isso é importante todo mundo com indicação da vacinar ir se imunizar a partir de hoje. Orientamos também aproveitar a ida ao posto de saúde e atualizar o cartão de vacinação, sobretudo das crianças”, reforçou o diretor geral de Controle de Doenças Transmissíveis, George Dimech.

Ele lembra ainda que dentro do comportamento pandêmico, que é capacidade de se propagar e afetar a população de risco, tornando as pessoas mais vulneráveis a uma gravidade da doença, o tipo A é o mais perigoso. Mas em âmbito individual, todos os vírus da gripe são perigosos. Por isso, conscientizar a população sobre a importância da imunização é tão importante.

A vacina reduz as complicações, as internações e a mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus da influenza na população alvo. O Ministério da Saúde (MS) orienta que, em caso de doenças febris agudas, moderadas ou graves, se deve adiar a vacinação até a resolução do quadro para evitar que se atribua à dose as manifestações da doença”, informou a Secretaria estadual de Saúde, por nota.

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