Desocupação

Operação retira lixo e entulhos do Holiday

Publicado em: 08/04/2019 08:34 | Atualizado em: 08/04/2019 08:44

Defesa Civil do Recife realiza desocupação em um dos pontos comerciais que fazem parte do Edifício Holiday.
Foto: Tarciso Augusto/Esp.DP (Defesa Civil do Recife realiza desocupação em um dos pontos comerciais que fazem parte do Edifício Holiday.
Foto: Tarciso Augusto/Esp.DP)
Defesa Civil do Recife realiza desocupação em um dos pontos comerciais que fazem parte do Edifício Holiday. Foto: Tarciso Augusto/Esp.DP (Defesa Civil do Recife realiza desocupação em um dos pontos comerciais que fazem parte do Edifício Holiday. Foto: Tarciso Augusto/Esp.DP)

Material se acumulou ao longo de anos no condomínio situado em Boa Viagem Duas semanas após a desocupação total dos apartamentos do Edifício Holiday, em Boa Viagem, muito lixo ainda está sendo retirado dos andares e da área externa do imóvel. A orientação do juiz Luiz Rocha, da 7ª Vara da Fazenda Pública, é de que tudo o que pudesse aumentar risco de incêndio deveria ser removido do terreno, como lixo doméstico e mobiliário deixado pelos moradores. A expectativa da Prefeitura do Recife, responsável pela limpeza, é finalizar o serviço nesta semana. Após a conclusão do trabalho, as chaves do condomínio serão entregues ao síndico por um oficial de Justiça.

Uma viatura da Radiopatrulha, uma do 19º Batalhão da Polícia Militar e outra da Guarda Municipal fazem a segurança da área e dos funcionários da Prefeitura. “ A própria Vigilância Sanitária vai fazer uma avaliação, porque fomos informados de que problemas com escorpiões e ratos. E tudo isso poderia continuar com os entulhos e lixos, além dos riscos de incêndio. Terminada essa etapa, o prédio ficará em condições mínimas de segurança, para se evitar um problema, ainda que ele esteja desocupado”, explica o juiz Luiz Rocha. 

Segundo ele, as chaves serão entregues ao síndico para que o condomínio cuide da parte estrutural, com a reforma do edifício, e da segurança para evitar invasões de terceiros ou retorno dos proprietários ao imóvel antes de ser dado alvará que ateste as condições de habitabilidade. “A Justiça acompanhará a resolução dos trabalhos até que o prédio esteja em ordem do ponto de vista das exigências públicas”, disse o magistrado, que sentenciou a interdição em 13 de março. 

De acordo com Rocha, após ser validado pelas instâncias competentes, como a Celpe, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, o projeto de reforma também precisará do aval da Justiça, já que foi desocupado e interditado por medida judicial. O síndico José Rufino Neto disse que, por enquanto, o andamento dos projetos de restauro do imóvel está parado. “Os engenheiros não podem entrar lá para fazer nada”, afirmou.

O coordenador técnico da Comissão organizada pela Arquidiocese de Olinda e Recife, Lupercio Luizines, informou que o esboço, com a metodologia que será utilizada na reforma, foram entregues à Celpe. A equipe técnica voluntária aguarda os serviços de limpeza da Prefeitura do Recife para retomar os serviços. “Por outro lado, estamos tentando a liberação da capela que fica no terreno do Holiday para que os atos religiosos e os serviços de assistência social que eram realizados ali não cessem, já que a estrutura da capela não está comprometida e ela não faz parte da área comum do prédio”, contou.

Laudo
O juiz Luiz Rocha determinou ainterdição edesocupaçãoobrigatória dos imóveis a partir de ação movida pela Prefeitura do Recife, que agiu com base em laudo do Corpo de Bombeiros. O relatório tem mais de 500 páginas, incluindo fotos e ofícios, e foi elaborado em junho de 2016, quando os Bombeiros começaram a acompanhar mais de perto a situação do condomínio. Nesses quase três anos foram identificadas 22 situações de risco, sendo a principal a de incêndio.

Entre os problemas citados no relatório foram destacados a grande quantidade de lixo em todos os andares, inclusive na área comum, a falta de hidrantes, sistema de para- -raio sem funcionamento, ligações elétricas clandestinas e precárias, gerador de alta tensão no subsolo do prédio e 8 mil kg de gás nas dependências do Holiday, para comércio ou produção comercial de alimentos. Foi a segunda vez que a Prefeitura entrou com ação semelhante relativa ao Holiday. A primeira foi ajuizada em 2012, mas o processo está arquivado. Inaugurado em 1956, o prédio tem três mil moradores em 476 apartamentos distribuídos em 17 andares.
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