Saúde

HC completa um ano sem infecção associada à sonda vesical de demora

Publicado em: 12/04/2019 20:20 | Atualizado em: 12/04/2019 20:23

O Hospital das Clínicas da UFPE está completando 12 meses sem registro de infecção do trato urinário associada à sonda vesical de demora e seis meses sem infecção da corrente sanguínea associada ao cateter vascular central em sua Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Esses resultados são fruto do envolvimento da equipe de assistência que se comprometeu em reduzir as infecções com supervisão do projeto colaborativo “Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil”. O HC é unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Iniciado em dezembro de 2017, o projeto tem como meta reduzir em 50% a incidência das principais Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (Iras) até 2020, em UTIs de 119 hospitais públicos do país, incluindo o HC. Em um ano e meio, foram evitadas 1.715 infecções da corrente sanguínea, urinárias e pneumonia. Significa que 558 vidas puderam ser salvas neste período, segundo os organizadores, em evento realizado em São Paulo, em março, com a presença de representantes do HC.

“Esse é um projeto exemplar, pois, por meio de mudanças de processos e de atitudes, a um custo praticamente zero, gera-se um grande benefício à saúde do paciente que diminui suas chances de adquirir uma infecção hospitalar e também significa economia para o sistema público de saúde para promover uma maior e melhor assistência”, disse o superintendente do HC, Frederico Jorge Ribeiro.

A chefe do Setor de Gestão da Qualidade de Vigilância em Saúde e líder da Colaborativa no HC, Claudia Vidal, destaca o envolvimento da equipe na adoção de novos hábitos e cuidados com os pacientes. “É um trabalho de mudança de cultura e estamos tendo bons números para mostrar. Há dois meses, por exemplo, estamos sem Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV). Em 2018, ficamos nove meses sem PAV”, relata Claudia Vidal.

O secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Francisco de Assis Figueiredo, destacou a importância da sintonia entre colaboradores e gestores para melhorar a experiência dos usuários e a multiplicação dos avanços. “São resultados belíssimos e que precisam ser mostrados. Está se mudando a realidade da atenção nas UTIs do país”, apontou.

O Projeto Colaborativo é desenvolvido pelo Ministério da Saúde, em parceria com cinco hospitais de excelência que participam do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS). Participa ainda da iniciativa o Institute for Healthcare Improvement (IHI), que tem como referência a melhor prática de saúde para o paciente aplicada no mundo inteiro para evitar óbitos a partir do respeito às práticas seguras.

A cada três ou quatro meses, acontecem Sessões de Aprendizagem (SAP) que envolvem todos os hospitais participantes para que possam trocar experiências, avaliar os indicadores e resultados do projeto em cada etapa de seu desenvolvimento. Durante essas reuniões, também são realizadas oficinas técnicas e motivacionais para auxiliar os profissionais e gestores. A metodologia aplicada no projeto defende que o paciente deva ser inserido como parte da equipe para que ajude na sua própria recuperação e cuidado.
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