Violência

Feminicídios têm redução de 57% em Pernambuco, diz SDS

Publicado em: 15/04/2019 19:11 | Atualizado em: 15/04/2019 19:18

Crédito: Peu Ricardo/DP

Três mulheres foram vítimas de feminicídio em março de 2019, o que representa 57,1% de diminuição nesse tipo de crime em relação ao mesmo mês de 2018 (sete casos). No primeiro trimestre deste ano, houve 15 feminicídios, contra 18 registrados entre janeiro e março do ano passado. O recuo foi de 16,7% nessa comparação.

Ainda no 1º trimestre deste ano, houve 49 CVLIs de mulheres, número mais baixo já registrado para esse período desde 2004, quando os homicídios no Estado passaram a ser contabilizados dentro da atual metodologia de coleta e análise criminal da Secretaria de Defesa Social (SDS). 

Nessa linha do tempo, o primeiro trimestre menos violento para as mulheres havia sido, até então, em 2012, com 54 mortes de pessoas do sexo feminino entre 1º de janeiro e 31 de março daquele ano. No recorte específico de março de 2019, houve 18 mortes de mulheres nesses 31 dias. Foi o março com menor estatística desde o mesmo mês de 2008, quando tivemos 16 vítimas.

Estupros diminuem no mês e no trimestre
Os estupros também caíram no Estado, seja na soma dos três primeiros meses ou quando levado apenas março de 2019 em consideração. No primeiro trimestre de 2019, 519 queixas desse tipo de crime foram prestadas, contra 647 no mesmo período de 2018. Os 128 casos a menos representam um declínio de 19,78%. Quando o foco se dá em março passado, a retração dessa violência sexual foi de 13,81%: passou de 210, em 2018, para 181 notificações em 2019.

Na contramão dos estupros, dos CVLIs de mulheres e dos feminicídios, as queixas de violência doméstica contra a mulher aumentaram, tanto no comparativo do mês de março quanto na análise do 1º trimestre. Foram 3.681 casos reportados à polícia no mês passado, contra 3.615 registros no mesmo período de 2018. As 66 denúncias a mais representaram um aumento de 1,83%. No recorte trimestral, houve 8,96% de crescimento no comparativo de janeiro a março deste ano com o período análogo de 2018 (subiu de 9.783 para 10.660, o que significa uma diferença de 877 notificações para mais).

“A violência doméstica, que inclui agressões físicas, morais e psicológicas, costuma ser silenciosa, pois em geral é praticada no seio da família, em um círculo muito restrito, e ainda existe a vergonha e o medo de denunciar o agressor. O aumento das queixas significa que estamos reduzindo a subnotificação histórica desse tipo de crime, a partir do encorajamento das mulheres, e podendo atuar a tempo de frear o ciclo progressivo de violência e prevenir um possível CVLI”, diz Antonio de Pádua.
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