Folia de Momo

Orquestra de Frevo Zezé Corrêa aquece instrumentos para o carnaval 2019

Publicado em: 08/02/2019 08:03 | Atualizado em: 08/02/2019 11:23

Orquestra é de Aliança e reverencia o frevo. Foto: Assessoria/Divulgação
A menos de um mês para o início oficial do Carnaval, a Orquestra de Frevo Zezé Corrêa, do distrito de Upatininga, Aliança, Mata Norte do Estado, aquece os instrumentos para cair, em definitivo, na folia. Formada por um grupo de jovens, dos 16 aos 30 anos, em sua maioria filhos de agricultores e cortadores de cana, estão apostando neste ano em um projeto inédito, que vai recontar os mais de cem anos do Frevo, considerado Patrimônio Imaterial da Humanidade, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

O projeto, desenvolvido há pelo menos três meses, é baseado em uma linha do tempo. Nele, músicos da Orquestra Zezé Corrêa e passista da Escola de Frevo Zezé Corrêa, recontam, ao som dos instrumentos musicais,  toda a história do Frevo, iniciado no ano de 1940, com ritmo do maxixe; seguido pelas batidas do dobrado e marchinhas de carnaval em 1950; até chegar ao frevo de rua. “O ritmo centenário que embala o carnaval de rua e contagia a todos, tem uma linda história, que, agora, torna-se um espetáculo. Estamos bastante animados para apresentar esse projeto para além das fronteiras do nosso País” disse emocionado Ederlan Fábio, produtor musical do grupo.

Intitulado "Deixa o Frevo Rolar", o projeto teve a produção da Canavial Arte e Cultura e traz quatro músicas. São elas: Deixa o Frevo Falar; L.Barros no Frevo; Carnaval Começou e, Carnaval, você e frevá. As composições inéditas ganharam uma versão em EP,que encontra-se disponível para ser acessada nas principais plataformas digitais, como Deezer, Spotify, YouTube Músic, Apple Music, Tidal, Shazam entre outros. Ao todo, participam da Orquestra, 12 músicos, mais duas vozes; e unem-se a eles no palco três dançarinos de frevo; tornando este um espetáculo completo, que busca unificar a execução musical com a evolução dos movimentos. “Esse era um sonho de todos nós, músicos e da comunidade, poder mostrar nosso talento” ressalta Ederlan.

Tanto a Orquestra Zezé Corrêa quanto a Escola de Frevo Zezé Corrêa são iniciativas sociais e culturais, que pertencem à Sociedade Musical 15 de Novembro, que em 2018 completou 130 anos de história. A Orquestra traz como marca principal, por toda sua trajetória, contribuir para formação continuada de crianças, adolescentes e jovens, no acesso à música, de modo que eles ocupem seus espaços por onde passarem. Já a Escola de Frevo, primeira na região, atende cerca de 70 participantes entre música e dança, dos 05 aos 16 anos, todos da comunidade local, que estão no processo de formação, para manterem vivo a brincadeira popular frevo.

Ao longo de toda a história,  a Sociedade Musical 15 de Novembro buscou, por meio de seus projetos culturais dedicados exclusivamente ao estudo de frevo  mostrar, de forma associada, a construção do frevo do som, movimento e contato, seja nas músicas, na rua, e com as pessoas, que admiram e cultivam a cultura popular e de raiz. 
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