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Após protesto, motoristas de aplicativos de transporte são recebidos na sede do governo

Ato pede mais segurança durante as viagens e cobra ações por parte das empresas e do estado

Publicado em: 21/01/2019 12:26 | Atualizado em: 22/01/2019 16:43

Motoristas se reuniram em frente ao Classic Hall desde às 9h da manhã desta segunda.
Foto: Léo Malafaia/Esp.DP. (Motoristas se reuniram em frente ao Classic Hall desde às 9h da manhã desta segunda.
Foto: Léo Malafaia/Esp.DP.)
Motoristas se reuniram em frente ao Classic Hall desde às 9h da manhã desta segunda. Foto: Léo Malafaia/Esp.DP. (Motoristas se reuniram em frente ao Classic Hall desde às 9h da manhã desta segunda. Foto: Léo Malafaia/Esp.DP.)

Em protesto por mais segurança, motoristas de aplicativos de transporte realizaram uma carreata no centro do Recife, na manhã de hoje. A ação faz parte de uma mobilização nacional da categoria em defesa da vida. 

De acordo com a Associação dos Motoristas de Aplicativos de Pernambuco (Amape), quatro profissionais já morreram em decorrência de latrocínios praticados durante as viagens somente no início deste ano. Após realizarem ato, que começou no Complexo de Salgadinho, em Olinda, os motoristas foram recebidos por representantes da Casa Civil e Secretaria de Defesa Social no Palácio do Campo das Princesas.

A organização defende uma parceria entre governo e empresas para garantir a segurança de motoristas e passageiros. "Pedimos que as empresas de aplicativos forneçam tecnologias que nos assegurem e que o governo estadual garanta o aparato policial para resguardar a vida de quem precisa trabalhar", comentou um dos articuladores da Amape, Thiago Silva.

Uma das reclamações da categoria é que ao recebeu uma solicitação de viagem, o motorista tem pouca informação sobre o passageiro. "Quando chega a notificação só aparece o nome, que pode até ser fictício. O passageiro sabe nosso nome, tem acesso à nossa avaliação, modelo do carro, placa, nome e sobrenome. Esse cadastro precisa ser rigoroso dos dois lados", conta Thiago que passou a utilizar um aplicativo de localização em tempo real com os membros da associação como método de segurança. "Nós acompanhamos onde cada motoristas está e se perdemos o sinal, fica registrado o último local onde estivemos. Também deixei de aceitar corrida tarde da noite por medo", afirma.

"Já me ameaçaram com uma arma. Fui buscar uma passageira na Linda do Tiro e me obrigaram a levar cinco crianças sem cadeirinha para uma outra comunidade próxima. Me recusei a fazer a viagem pelo risco que iria submeter os próprios passageiros, mas fui ameaçado e ainda não recebi o pagamento. Reportei a situação ao aplicativo, que me desligou do aplicativo sem justificativa", comentou um motorista que preferiu não se identificar.

O grupo entregou uma carta com as reivindicações na sede da Uber, localizada no bairro de Santo Amaro e logo depois a carreata seguiu para a sede do governo estadual, no bairro de Santo Antônio. Desde o último fim de semana o ato está sendo organizado através das redes sociais e está sendo divulgado através da hashtag #maissegurança.
 
Em nota, a Uber afirmou que acompanha a movimentação e entende que, como autônomos, os motoristas parceiros têm o livre direito de se manifestar, dentro do que a lei permite. Reiterou, ainda, que a empresa está sempre buscando aprimorar sua tecnologia para fazer da plataforma a mais segura possível de uma forma escalável e que, ao longo do ano de 2018, passou a adotar no Brasil o recurso de machine learning (técnica que utiliza a tecnologia para bloquear viagens consideradas mais arriscadas) e lançou uma ferramenta que reúne os recursos de segurança para motoristas parceiros. Trata-se de um botão para que o motorista possa ligar para a polícia em situações de risco ou emergência, diretamente do app.

Em agosto do ano passado, lançou também seu novo aplicativo para motoristas, que inclui a informação de qual será a forma de pagamento antes de o usuário embarcar. Se o usuário escolher efetuar o pagamento em dinheiro, por exemplo, essa opção será exibida na tela do aplicativo de quem está atrás do volante. A Uber afirma também que os parceiros contam com um número de telefone 0800 para registrar e solicitar apoio da empresa depois que tiverem comunicado incidentes às autoridades e estiverem em segurança. O aplicativo permite, ainda, que solicitações de viagens sejam canceladas por motoristas parceiros por motivo de segurança quando não se sentirem confortáveis. Por fim, a empresa anunciou seu primeiro Centro de Desenvolvimento Tecnológico da América Latina, em São Paulo, com foco inicialmente em segurança. Serão até 150 especialistas trabalhando nesse projeto, que receberá investimentos de R$ 250 milhões. 
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