sem luz

Comerciantes acusam Prefeitura de Escada de cortar energia do Mercado Municipal

Desde sábado, donos de estabelecimentos que trabalham com alimentação, como bares, açougues e lanchonetes, precisaram fazer ligações clandestinas para não perder mercadorias. Eles alegam que o governo municipal quer que cada estabelecimento instale um medidor individual

Publicado em: 03/12/2018 19:42 | Atualizado em: 04/12/2018 14:09

Foto: Google Street View/Reprodução
Os comerciantes do Mercado Público Municipal de Escada alegam estar sem energia desde a madrugada do último sábado (1º). Donos de estabelecimentos que trabalham com alimentação, como bares, açougues e lanchonetes, precisaram fazer ligações clandestinas para não perder mercadorias, além de continuar exercendo os serviços que necessitam de eletrodomésticos, como freezer, geladeira e microondas. 

Dona de uma lanchonete, uma comerciante que não quis se identificar, contou ao Diario que outros donos de estabelecimentos no mercado público viram funcionários prefeitura chegarem acompanhados da Guarda Municipal e cortarem a energia do local durante a madrugada, por volta das 3h. Segundo ela, havia sido distribuído um informativo para alguns comerciantes, comunicando que o abastecimento de energia só iria até o dia 30. 

Na tarde desta segunda-feira (3), comerciantes do mercado público foram surpreendidos com a chegada de funcionários da prefeitura, que arrancaram as tomadas dos de alguns boxes, deixando ligada, apenas a energia das lâmpadas que ficam no teto dos estabelecimentos. Eles teriam avisado que, quem quisesse funcionar com energia, precisaria instalar o seu próprio medidor.

A comerciante explica que a Prefeitura de Escada é quem arca com os custos da energia do mercado, mas que, já há algum tempo, correm os comentários de que o governo municipal iria mandar cada estabelecimento instale o seu medidor, assumindo a conta de luz. 

"Teve um comerciante que comprou o material pra instalar o dele, mas quando acionou a Celpe, a companhia informou que não poderia fazer (a instalação). Só quando a prefeitura mandasse colocar o quadro de energia", conta a comerciante, que trabalha no mercado há mais de 30 anos. "Em todo esse tempo, nunca vi um negócio desse", desabafa. 

A dona de lanchonete conta também que um funcionário da prefeitura havia convocado uma reunião com os comerciantes, mas que ninguém recebeu convite formal e o prefeito não compareceu. Segundo ela, os comerciantes já tentaram diálogo com o governo municipal, mas a cada vez que ligam para o seu gabinete, é informado que o prefeito não está. 

"O movimento do mercado está baixo e a prefeitura não se manifestou sobre isso. As pessoas estão com medo, por se tratar de uma cidade pequena, mas todos deveriam se unir e tomar uma atitude", relata a comerciante, que se preocupa, ainda, com seus rendimentos, caso a energia precise ser custeada individualmente, por cada estabelecimento.

"Vai afetar muito porque o comércio está cada dia pior", explica ela. "Principalmente para a gente, que trabalha com eletrodoméstico, vai ficar ruim", receia a dona de lanchonete.

Nota da Celpe
"Sobre fornecimento de energia para o Mercado Público de Escada, na Mata Sul do Estado, a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) informa que não recebeu qualquer solicitação para realização do serviço de nova ligação de energia em boxes na localidade. A concessionária esclarece que, em conformidade com os critérios estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em caso de múltiplas ligações – como em boxes que compõe a estrutura de um Mercado Público, o cliente solicitante precisa apresentar projeto técnico, que deve passar por avaliação da concessionária para posterior aprovação e execução. 

Com relação à suspensão no fornecimento de energia do Mercado Público, a companhia informa que não realizou o serviço, e irá encaminhar equipe para averiguar a situação no local. A concessionária informa, ainda, que apenas técnicos da empresa têm autorização para acessar a rede de distribuição de energia. A Celpe se coloca à disposição".

Resposta da prefeitura
A Prefeitura de Escada informou que há mais de um ano vem dialogando com os cessionários do mercado público no centro do comercio e central de vendas no bairro da Atalaia, solicitando a regularização dos boxes. E mesmo assim, disponibilizando toda a documentação e partes jurídicas, alguns proprietários preferem continuar agindo de forma clandestina. Sendo assim a Prefeitura entrou em contato com Celpe e informou que a partir do dia 1º deste mês, não iria mais arcar com as altas contas de energias dos boxes que extrapolavam o valor de 40 mil reais por mês.

A Prefeitura informa que pagava a conta de energia do mercado, mas devido às inúmeras irregularidades existentes como o abuso uso por alguns proprietários de boxes, algumas medidas foram tomadas junto ao ministério público e tribunal de contas. A Prefeitura ratifica que foram encontrados boxes com várias irregularidades, ( frigoríficos, fábrica de sorvete, entre outros), sendo assim a Prefeitura da Escada não achou justo beneficiar um particular que não quer se regularizar, através de impostos arrecadados pelo município. O governo do município ressaltou ainda que não tem o interesse de prejudicar os cessionários e que trabalha com transparência para beneficiar e melhorar os mercados da região.

 
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