Investigação

Polícia Civil está empenhada para solucionar crime contra comissário, diz um dos investigadores

José Tadeu Alencar foi morto numa tentativa de assalto ocorrida nesta quinta-feira. O velório acontece no cemitério Morada da Paz

Publicado em: 02/11/2018 15:46 | Atualizado em: 02/11/2018 17:20

Clima de comoção marcou o velório do comissário aposentado. Foto: Peu Ricardo/DP
Um dia após o assassinato de José Tadeu Vicente de Santana, comissário aposentado da Polícia Civil, os motivos do crime continuam sendo investigados. Durante o velório do policial, que aconteceu ao longo desta sexta-feira (2) no cemitério Morada da Paz, em Paulista, o comissário Helivaldo Sodré, que faz parte da equipe de investigadores, afirmou que toda a corporação está empenhada na solução do caso. 

"Tem várias informações chegando e todos os policiais estão engajados. Os que estão de férias, de licença e os que estavam folgando hoje, no feriado", disse Sodré, sem revelar o teor das informações para não atrapalhar as investigações. "É uma violência desencadeada, não só contra os cidadãos, mas também contra policiais. Poderia ter acontecido com qualquer um, mas infelizmente foi com um colega nosso", acrescentou.

O velório ocorreu em clima de comoção. Diversos amigos, familiares e colegas de trabalho fizeram questão de se despedir do comissário aposentado. Amigo de Tadeu, o advogado Maurício Bezerra, que advogava junto com o ex-policial, disse que o crime pegou todos de surpresa. "Depois da aposentadora ele se inscreveu na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e de lá para cá tínhamos algumas causas em comum. Era um sujeito tranquilo, querido por todos. Esse desfecho é uma surpresa para todos nós e é uma grande dor", disse, destacando que o colega nunca relatou ter sido vítima de ameaças. "Penso que isso é resultado da violência no nosso estado e no país".

Presidente licenciado do Sindicato dos Policiais Civis do estado (Sinpol-PE), Áureo Cisneiros também lamentou o crime. "Era um policial que tinha bons serviços prestados à população pernambucana e à Polícia Civil. Isso é fruto dos altos índices de violência a que nosso estado ainda está submetido", disse, ressaltando que, embora os índices tenham melhorado ao longo do ano, as condições ainda não são favoráveis. "É preciso dizer ao governo que ainda é preciso contratar policiais, tem as delegacias fechadas e sem investigadores suficientes para a gente melhorar a segurança pública. Tudo isso reflete nesse enfrentamento à violência. Está aí a consequência disso, mais um policial morto este ano".

Crime
O comissário aposentado morreu depois de ser baleado em uma tentativa de assalto, no bairro de San Martin, no início da tarde desta quinta-feira (1º). José Tadeu era casado com a delegada Beatriz Gibson, titular da Delegacia de Crimes Contra o Consumidor, e teve o carro roubado na Rua Otaviano de Almeida Rosa. Ele morreu depois de levar um tiro nas costas. Pelo menos dois criminosos teriam participado da investida. 

A vítima chegou a ser levada para o Hospital Getúlio Vargas (HGV), no bairro do Cordeiro, mas não resistiu aos ferimentos. Os suspeitos fugiram levando o veículo do comissário, um Corolla prata de placa PCC-5444, e também a arma da vítima. Até o momento nenhum suspeito foi detido.

O caso será investigado pelo delegado Carlos Couto, titular da 4ª Delegacia de Homicídios da Capital, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Duas testemunhas já prestaram depoimento.
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