Caso Aldeia

Advogado de defesa entra com pedido de habeas corpus a favor de Jussara e Danilo Paes

Presos temporariamente, esposa e filho do médico assassinado Denirson Paes Silva já estão em cela especial

Publicado em: 11/07/2018 22:01 | Atualizado em: 11/07/2018 22:51

Foto: Reprodução/Facebook
O advogado da farmacêutica Jussara Rodrigues da Silva Paes e do engenheiro civil Danilo Paes, Alexandre Oliveira, entrou nesta quarta-feira (11), no início da tarde com pedido de habeas corpus junto do Tribunal de Justiça de Pernambuco. Os dois estão presos temporariamente por decisão da Justiça, suspeitos de terem assassinado o médico e advogado Denirson Paes Silva, 54 anos, encontrado na cacimba da própria residência, em Aldeia, esquartejado e carbonizado. Os autos do processo que requer a soltura dos indiciados já estão no gabinete do desembargador Antônio de Melo e Lima, presidente da 2ª Câmara Criminal do TJPE, desde às 15h30. Decisão sobre liberdade dos acusados deve sair nesta quinta-feira (12).  

Segundo o tribunal, o magistrado passou a tarde desta quarta-feira (11) em sessão de julgamento da 2ª Câmara Criminal e, portanto, não teve tempo de analisar o pedido de habeas corpus. O advogado de defesa, Alexandre Oliveira, informou que por volta das 11h desta quinta-feira (12), deve ir ao gabinete do desembargador, no Fórum Tomás de Aquino, para verificar se o pedido foi deferido ou não. As duas Promotorias Criminais de Camaragibe do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) informaram que ainda não receberam nada sobre o caso do médico Denirson Paes Silva. 

Ainda de acordo com Oliveira, nesta quarta ele não esteve no Centro de Triagem e Observação Abreu e Lima (Cotel) e nem na Colônia Penal Feminina Bom Pastor, no bairro da Iputinga, onde esposa e filho da vítima estão detidos. "Hoje estive preocupado somente com o habeas corpus, até porque os dois já estão em cela especial por serem portadores de diploma (de ensino superior). Jussara (de 54 anos) está em cela especial desde o último sábado e Danilo (23 anos )foi para cela especial na terça-feira à noite. Os dois estão muito abalados emocionalmente", limitou-se a informar o advogado de defesa. Ainda segundo Alexandre, não tem ninguém da família de Jussara, natural de Campo Alegre de Lourdes (BA) e é o próprio advogado quem está tomando todas as providências cabíveis para mãe e filho.

ESCAVAÇÕES

Até o fim da tarde desta quarta-feira (11), as escavações no Condomínio Torquato Castro não tinham sido encerradas e ainda não havia prazo para serem concluídas, de acordo com a Polícia Civil de Pernambuco. As buscas foram retomadas na última terça-feira, com o objetivo de encontrar mais restos mortais do médico Denirson Paes Silva dentro do poço de sua residência. No mesmo dia, a Polícia Civil informou que outras partes do cadáver foram encontradas em avançado estado de decomposição, encaminhadas ao Instituto Médico Legal (IML) e que a procura por mais fragmentos apenas se encerraria quando não houvesse mais possibilidade de serem encontrados novos restos mortais dentro da cacimba.

O trabalho, que está sendo realizado pelo Corpo de Bombeiros junto com a empresa particular Ranger SMS Alpinismo Industrial, se restringirá apenas à cacimba. "Não vamos buscar em outros lugares porque não sabemos se o corpo todo está lá ou foi colocado em outros locais”, ressaltou o chefe da Polícia Civil Joselito Kehrle. 36 Ainda de acordo com ele, a forma como as partes do corpo foram achadas revela indícios de como a ocultação do cadáver aconteceu.  "Uma parte foi colocada na cacimba. Em seguida, jogaram areia e metralha e, depois, mais (fragmentos) do corpo foram dispensadas", completou Joselito.

TANATOSCOPIA E SEPULTAMENTO

O encerramento do trabalho de escavação deixa pendentes a realização do exame tanatoscópico, laudo que define a causa da morte, e o sepultamento dos restos mortais. Familiares do médico e advogado Denirson Paes Silva, natural de Campo Alegre de Lourdes (BA) estão no Recife aguardando o desfecho do trabalho da Polícia Civil de Pernambuco.  

“Esse laudo está em aberto até o fim das buscas. Pela situação do curso e pelas circunstâncias do crime, como o esquartejamento, o exame pode não determinar a causa da morte, isto é, se foi por arma branca, asfixia, arma de fogo. Essa é uma questão. A natureza jurídica, por outro lado, está determinada, ou seja, já se sabe que foi homicídio e que houve esquartejamento (confirmado pelo sangue nas áreas laváveis da casa e pela localização das partes do corpo)”, informou a diretora de Polícia Científica, Sandra Santos. 
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