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CRIME

Homem é flagrado desviando água para venda em carro-pipa

Homem negava irregularidade mas, segundo Compesa, acabou confessando prática que empresa estimou ter causado um prejuízo de R$ 200 mil.

Publicado em: 07/06/2018 20:43 | Atualizado em: 07/06/2018 20:48

Só depois que um trator começou a escavar a terra para expor a tubulação de furto de água o crime foi confessado. (Compesa/Divulgação)
Só depois que um trator começou a escavar a terra para expor a tubulação de furto de água o crime foi confessado. (Compesa/Divulgação)
Um homem de 55 anos que não teve o nome revelado foi flagrado furtando e desviando água da rede pública de água no município de Bezerros, a 102 quilômetros do Recife, no Agreste. Segundo a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), o flagrante foi viabilizado por uma denúncia anônima que levou uma equipe de fiscalização acompanhada de um efetivo da Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) a uma residência não informada na Avenida Major Aprígio da Fonseca, às margens da BR-232, onde, depois de preso, o homem confessou a prática irregular que  incluía a comercialização de água por carros pipas, mas foi liberado após o pagamento da fiança de R mil.

Ainda segundo a Compesa, considerando que sejam corretas informações do homem preso, o desvio ocorreu por dois anos e representaria um prejuízo de mais de R$ 200 mil. Essa estimativa foi feita por técnicos da empresa, considerando uma média de 72 metros cúbicos d’água por dia, suficientes para oito carros-pipa/dia, totalizando 192 caminhões, por mês. Além das providências jurídicas, a Compesa informou que encaminhará ações administrativas que incluem a cobrança de multa referente ao consumo não contabilizado, conforme determina o Regulamento Geral de Fornecimento de Água e Coleta de Esgoto. 
 
O homem flagrado é proprietário de carros-pipa e, segundo seu depoimento à PCPE e seus registros de entrega, cobrava entre R$ 100 e R$ 150 por cada viagem. Numa inspeção prévia, técnicos da Compesa identificaram que pelo cadastro da companhia, o cliente pagava apenas a tarifa mínima de R$ 41,30 pelo consumo de 10 mil litros d’água/mês. Mas ao verificar o imóvel, foi constatado que o morador possuía piscina, além de reservatórios elevado e inferior que, juntos, acumulavam 56 mil litros de água. “Esse volume armazenado era incompatível com  o consumo registrado no hidrômetro do imóvel”, afirmou o coordenador da Compesa, João Paulo Alencastro.
 
Para armazenar toda a água vendida em carro-pipa, segundo a Compesa, o homem fez um desvio entre duas ligações residenciais (ramais). Fazia a retirada da água antes da chegada do  hidrômetro do vizinho, que nunca desconfiou da irregularidade. O coordenador da companhia relatou que inicialmente o morador não confirmou as suspeitas dos técnicos. Após o início da escavação para comprovar o flagrante, junto com o delegado de Bezerros,  Humberto Pimentel, o homem acabou confessando o crime e explicou como era desenvolvida sua estratégia irregular de comercialização de água. “Lembramos que o furto de água prejudica o abastecimento de toda uma área, penalizando os clientes que pagam a conta”, salientou João Paulo Alencastro.
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