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INSEGURANÇA

Vítima de assassinato em Boa Viagem cumpria prisão domiciliar por duplo homicídio

Segundo processo, as mortes estariam relacionadas a uma dívida e o crime ordenado por Newton Davi também foi praticado por uma dupla usando motocicleta.

Publicado em: 03/05/2018 22:59

Duplo homicídio ocorreu na Rua Venerável José Vila Nova, próximo do antigo Caic, em Vitória de Santo Antão. Foto: Google Street View (Nov/2013) (Duplo homicídio ocorreu na Rua Venerável José Vila Nova, próximo do antigo Caic, em Vitória de Santo Antão. Foto: Google Street View (Nov/2013))
Duplo homicídio ocorreu na Rua Venerável José Vila Nova, próximo do antigo Caic, em Vitória de Santo Antão. Foto: Google Street View (Nov/2013) (Duplo homicídio ocorreu na Rua Venerável José Vila Nova, próximo do antigo Caic, em Vitória de Santo Antão. Foto: Google Street View (Nov/2013))
O empresário Newton David Monteiro de Lima, 44 anos, estava em regime de prisão domiciliar quando foi assassinado na tarde do feriado do 1º de Maio, em Boa Viagem, Região Sul do Recife. “Carioca”, como era conhecido, teve prisão temporária decretada em 2014, num processo no qual figura como réu, sob acusação de ser um dos dois mandantes de um duplo homicídio qualificado ocorrido em Vitória de Santo Antão, no dia 24 de abril daquele ano. Newton David se valeu de sua condição de tetraplégico pedir e conseguir a conversão da prisão temporária. 

Newton David aguardava o julgamento em prisão domiciliar mas frequentava a praia de Boa Viagem praticamente todos os domingos e feriados, segundo declararam testemunhas no feriado do Dia do Trabalhador, quando dois homens chegaram ao local e ele acabou alvejado pelas costas por três tiros na cabeça. Segundo a decisão original do juiz Uraquitan José dos Santos, da 1ª Vara Criminal da Comarca Vitória de Santo Antão, Carioca não podia “se ausentar da residência sem prévia autorização” e, ainda que tivesse que sair por motivo de saúde, deveria informar isso no máximo em 24 horas, com comprovação da urgência de atendimento médico, “sob pena de ter restabelecido o cumprimento da prisão em estabelecimento prisional”. 

O processo que levou ao pedido de prisão temporária de Newton David se refere a um duplo homicídio que chocou Vitória de Santo Antão. O crime ocorreu em abril de 2014, envolvendo uma abordagem de dois homens com capacetes contra um Fiat Uno, aproximadamente às 8h30, na Rua Venerável José Vila Nova, em Vitória de Santo Antão, a 50 quilômetros do Recife, na Zona da Mata. As vítimas eram Ikasiel do Nascimento Leite, que guiava o carro para Sérgio Ricardo dos Santos, que levava suas duas filhas adolescentes no banco de passageiros. Elas não sofreram ferimentos. 

O processo está na fase de alegações finais, quando se pronunciam o Ministério Público de Pernambuco e a defesa dos réus, antes de o juiz decidir se os réus vão ou não a júri popular. Segundo foi registrado, Newton David seria o mandante do crime juntamente com André Luiz Teixeira de Souza, Wallemberg Wanderson Torres Silva teria sido o homem que alvejou as vítimas. Ainda segundo o processo, Sérgio Ricardo teria uma dívida com Carioca, relacionada a empréstimo de dinheiro a juros, tendo inclusive repassado apartamentos como parte do pagamento da dívida. A transação teria sido intermediada por André Luiz, que ameaçava a vítima Sérgio a mando de Newton David. 

Também constam como réus no processo Madson Gonçalves da Silva e sua esposa Joseane Cavalcanti do Nascimento Silva, por terem executado a emissão de cheques para pagamento de uma máquina carregadeira a Sérgio Ricardo e, depois, registrar falsa queixa de furto na residência do casal. Os dois respondem por estelionato e comunicação falsa de crime (artigos 171 e 340 do Código Penal). Ikasiel do Nascimento Leite e Sérgio Ricardo dos Santos foram assassinados quando se deslocavam para depositar os cheques. 

Também nesta terça-feira a Polícia Civil informou que o assassinato de Newton David está sendo investigado pela equipe da 3ª Delegacia de Polícia de Homicídios (DPH) do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sob o comando do delegado adjunto, Elielton Xavier, que só se pronunciará ao final das diligências. 

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