Serviços de pavimentação são retomados pela Compesa em avenidas de Candeias

Após queixas da prefeitura e de moradores, o serviço de recomposição do asfalto de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, foi retomado pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), em caráter emergencial, nas principais avenidas do bairro. O órgão informou que está executando uma obra estruturadora de implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES).

Até o momento, foram assentados cerca de 16 mil metros de rede coletora em ruas de Candeias. Agora, duas frentes de trabalho da BRK Ambiental, parceira da companhia no Programa Cidade Saneada, estão atuando simultaneamente nas avenidas Presidente Kennedy e Bernardo Vieira de Melo. Nesta última, os serviços de pavimentação estão sendo realizados em frente ao número 5.775. Já na Presidente Kennedy, foi iniciada a recuperação de 200 metros do asfalto, entre os números 5.472 e 5.595.

A Compesa informou que, caso não ocorram chuvas fortes nos próximos dias, a previsão é concluir todos os trechos restantes no bairro até 18 de maio. As obras de recomposição do asfalto foram paralisadas devido às fortes chuvas.

"O prazo para concluir todo o processo da obra de construção de um sistema de esgotamento sanitário, como a escavação para implantação da nova rede coletora de esgoto até a recomposição do pavimento nas ruas pode variar, de acordo com o trecho e profundidade das valas no solo. E chuvas intensas podem interferir no cumprimento desse prazo também", explicou o gerente técnico de engenharia da Compes, Fred Barbosa.

Nas valas de profundidade média, por exemplo, o processo de escavação e reaterro levam em média três dias para serem concluídos. Já nos casos em que há necessidade de rebaixamento do lençol freático, os processos levam em torno de uma semana.

Após a implantação das redes coletoras e enquanto a pavimentação das vias não é concluída, é realizado um nivelamento temporário no terreno com BGS (material composto de brita e polipedra) para que sejam minimizados os impactos da obra para população. O uso desse material para nivelamento é normatizado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e tem como objetivo não deixar o desnível aparente e perigoso nas vias, até que seja substituído pelo concreto asfáltico.

A primeira etapa da obra de implantação do SES em Jaboatão dos Guararapes iniciou em maio de 2017 e contempla parte dos bairros de Candeias, Piedade e Barra de Jangada. Ao todo, está prevista a implantação de 61 mil metros de rede coletora, além de uma estação de tratamento de esgotos e cinco estações de bombeamento, beneficiando mais de 55 mil pessoas. O investimento nessa etapa é de aproximadamente R$ 85 milhões.

No último dia 4, o Diario publicou matéria sobre a dificuldade de transitar pelas avenidas de Candeias, Jaboatão dos Guararapes. Desde outubro do ano passado, quando a Compesa iniciou a obra de saneamento do bairro na Avenida Presidente Castelo Branco, as vias ficaram parcialmente bloqueadas. O fim do serviço em um trecho, porém, não representava alívio para motoristas, pedestres, ciclistas e usuários do transporte público.

Buracos haviam sido deixados para trás pela empresa BRK Ambiental, parceira privada da Compesa que executou a obra. Com as chuvas, os transtornos nas avenidas Bernardo Vieira de Melo, Presidente Kennedy, Ulisses Montarroyos e transversais delas aumentaram, tornando-as praticamente intrafegáveis.

A Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes chegou a cobrar publicamente que a empresa BRK fizesse a recuperação das principais vias do bairro, onde estão sendo realizadas as obras de saneamento básico, conhecidas como PPP da Compesa. O prefeito da cidade, Anderson Ferreira, ressaltou que o serviço é importante para o município, "mas a BRK não vem obedecendo às especificações na execução que garanta a durabilidade da pavimentação".

"Jaboatão tem sido o município mais castigado pelas chuvas, com índices que ultrapassam os 240 milímetros, mas todo nosso trabalho de prevenção com a Operação Inverno não está surtindo efeito em Candeias. Isso se deve à má execução feita pela BRK, que tem a obrigação legal de entregar as vias da mesma forma que antes das obras de saneamento. Estamos cobrando da empresa que faça o trabalho dela, mas que a população não seja a principal prejudicada, como está acontecendo", afirmou Anderson Ferreira, na ocasião.