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saúde e cidadania

Projeto Mais Fortes que a Zika investe R$ 200 mil em ações em Pernambuco

Cinco instituições atuaram durante nove meses no combate à desinformação sobre a arbovirose

Publicado em: 09/05/2018 22:10 | Atualizado em: 10/05/2018 15:56

Na foto, Helen Souza - representante da UMA (Uniao de Maes de Anjos e sua filha Maria. Foto: Teresa Maia/Divulgação
O acesso à informação ainda é um grande problema no combate às arboviroses. Ela não chega como deveria para a população leiga e muito menos para os profissionais de saúde de ponta. Essa é uma das conclusões observadas a partir do projeto Mais fortes que a zika, iniciado em setembro e encerrado este mês, através da ação de cinco instituições. Na manhã de quarta-feira, cada uma delas apresentou os resultados qualitativos das ações desenvolvidas dentro do seminário Saúde Sexual e Reprodutiva no Contexto do Zika Vírus e Análise de Conjuntura Sobre o Zika Vírus no Estado de Pernambuco. O evento foi promovido pelo Fundo PositHIVo e a Bayer, multinacional alemã com foco em ciências da vida.

A ONG Curumim gestação e parto, por exemplo, promoveu uma formação sobre o assunto junto a profissionais de saúde e educação de Petrolina e de Goiana. Mulheres da pesca artesanal de Goiana e de um assentamento do MST em Petrolina também foram beneficiadas pela ação, além de estudantes dos dois lugares. O Fundo PositHIVo - Fundo de Sustentabilidade às Organizações da Sociedade Civil (OSC) que trabalham no campo do HIV/Aids e das Hepatites Virais ampliou apoio financeiro para temas correlatos à saúde sexual e reprodutiva no contexto do zika vírus. Com isso, incentivou cinco organizações de Pernambuco com um investimento total de R$ 200 mil, sendo R$ 40 mil para cada e R$ 80 mil para a Curumim, que atuou em duas cidades.

Durante as ações, Selma Valongueiro, do Curumim, percebeu em Petrolina, por exemplo, que as famílias são obrigadas a juntar água porque o abastecimento somente é feito com base no calendário da fruticultura irrigada. Em Goiana, disse, assusta a falta de saneamento básico. As águas servidas seguem para o rio, de onde as mulheres tiram a sobrevivência. Em Pernambuco, ela critica o espaçamento longo entre os boletins epidemiológicos, documento que norteia ações do Curumim.

Também receberam financiamento o Instituto Papai, que promoveu maior envolvimento dos homens em ações de prevenção e cuidado no contexto da epidemia de Zika Vírus na cidade de Caruaru; o Instituto Mara Gabrilli, que atuou junto com a ONG Amar realizando pesquisa para criar um protocolo de adições da síndrome, no Recife; a Casa da Mulher do Nordeste, que investiu na formação sociopolítica de mulheres jovens e negras nas comunidades de Passarinho e Totó, no Recife; e o Grupo de Trabalho em Prevenção Positivo (GTP+), que levou a 10 escolas públicas o projeto Lampião e Maria Bonita Superprevenidos na Luta contra o Zika Vírus, para debater a contração da doença e formas de prevenção em Olinda. Eles também realizaram atividades nas estações de metrô Joana Bezerra e Recife.

Helen Souza, da União de Mães de Anjo (UMA), descobriu a microcefalia na filha Maria quando estava com quatro meses de gestação. Ela chamou a atenção para o não cumprimento dos direitos dessas mães. “Várias delas deram entrada, no país inteiro, em pedidos do leite específico para dar às crianças, pois a maioria tem um problema chamado disfagia e precisa do espessante para não engasgar e parar no hospital. Uma lata custa R$ 80 reais e só dura quatro dias. Tem mães que deram entrada há um ano e não conseguiram”, criticou. A partir de agora, as instituições seguem com seus trabalhos.
 
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