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Enfermeiro é vítima de racismo no Hospital Agamenon Magalhães, denuncia conselho

O crime foi praticado pela acompanhante de uma paciente, que proferiu insultos contra o profissional

Publicado: 26/04/2024 às 12:27

Hospital Agamenon Magalhães fica Em Casa Amarela/Foto: Arquivo/DP

Hospital Agamenon Magalhães fica Em Casa Amarela/Foto: Arquivo/DP

Hospital Agamenon Magalhães fica Em Casa Amarela
Um enfermeiro que trabalha no Hospital Agamenon Magalhães, Zona Norte do Recife, foi vítima de crime de racismo praticado por uma acompanhante de um paciente.
 
A denúncia foi feita  pelo  Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE).
 
Em nota oficial, divulgada nesta sexta (26), a entidade afirmou que  o fato foi "repugnante". 
 
Segundo o conselho,  a mulher, que não teve a identidade divulgada, foi levada para a delegacia  e detida.
 
“O Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) vem a público manifestar repúdio ao caso de racismo ocorrido no Hospital Agamenon Magalhães, no bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife, contra um profissional de enfermagem, identificado como Antônio Carlos. O Coren-PE expressa total apoio e solidariedade ao profissional, que foi vítima desse ato repugnante enquanto exercia suas funções", afirmou. 
 
Nota
 
Na nota, a diretoria do Coren-PE ressaltou que "causa inquietação e indignação saber que este não é um caso isolado". 
 
Par a entidade, "a sociedade ainda testemunha episódios de racismo com lamentável frequência. Portanto, é crucial que todos se unam na luta contra o racismo e outras formas de discriminação, não se calando diante de brutal violência". 
 
No comunicado, o Coren-PE reiterou seu compromisso em promover ações e iniciativas que incentivem o respeito, a valorização da diversidade e a busca pela igualdade.
 
"Esperamos profundamente que casos semelhantes não se repitam e que o combate à discriminação seja uma prioridade de toda a sociedade”, diz a nota.
 
Sindicato

O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Pernambuco (SEEPE), também se solidarizou com o profissional e repudiou os ataques racistas sofridos por ele.

A presidente do sindicato, Ludmila Outtes publicou um vídeo nas redes sociais onde revela que casos como esses são mais comuns do que se imagina.

“Na última segunda-feira (22) recebemos a denúncia de que um enfermeiro do Hospital Agamenon Magalhães sofreu durante o plantão um caso de racismo de uma acompanhante da paciente que estava sendo assistida por ele. Esta acompanhante e a paciente tiveram alta administrativa e foram encaminhadas diretamente para a delegacia onde foi detida por causa do racismo. E é essa postura que devemos adotar em nosso serviço e em todos os locais. Chega de passar pano para racistas. Nos solidarizamos com o profissional e vamos continuar combatendo o racismo que infelizmente ainda é estrutural em nossa sociedade”, relatou Ludmila Outtes.

O Diario de Pernambuco tentou entrar em contato com o enfermeiro, mas até o fechamento desta matéria não recebeu retorno.
 
Por meio de nota oficial emitida netsa tarde à imprensa, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que a Direção da Unidade de Saúde repudia com veemencia toda e qualquer forma de discriminação e racismo dentro das unidades de saúde do Estado e informou que:
 
"A direção do Hospital Agamenon Magalhães (HAM) relata que a situação ocorreu no dia 22 de abril, quando uma paciente expressou a intenção de se evadir da unidade de saúde antes de concluir o tratamento assistencial. O enfermeiro de plantão explicou à paciente sobre a conduta da instituição diante da decisão, neste momento uma outra paciente - sem relação ou vínculo com a história-, interferiu na explicação do profissional e proferiu contra ele, palavras de baixo calão e de injúria racial. Diante da situação, a vigilância da unidade de saúde e a Polícia Militar foram acionados. O profissional registrou um boletim de ocorrência, no mesmo dia do fato.

O HAM não tolera nenhuma expressão que fira a integridade de qualquer pessoa nas dependências da unidade e está articulando para o profissional junto ao Núcleos de Apoio Psicossocial (Nuaps) um acolhimento de assistência especializada", explica a nota.  
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