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Médico Cláudio Amaro tem diploma cassado

Por unanimidade, conselheiros decidiram nesta quarta afastar o profissional. Ele tem 30 dias para recorrer junto ao Conselho Federal de Medicina

Publicado em: 18/04/2018 14:06 | Atualizado em: 18/04/2018 14:42

A defesa de Cláudio Amaro agora terá 30 dias para recorrer no Conselho Federal. Foto: Nando Chiapetta/DP

Por unanimidade, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) decidiu no final da manhã dessa quarta-feira cassar os direitos profisisonais do médico Cláudio Amaro Gomes. O anúncio foi feito pelo presidente do órgão, André Dubeux, que presidiu a sessão com os conselheiros em audiência realizada na sede do órgão, no bairro do Espinheiro. A decisão, no entanto, ainda cabe apelação junto ao Conselho Federal de Medicina, em Brasília. A defesa do acusado tem 30 dias para recorrer e apresentar suas justificativas. 

Essa seria a primeira vez no estado que o Cremepe, por unanimidade, cassa o direito de um profissional medicar. O médico Cláudio Amaro Gomes é acusado de ser o mandante do assassinato do também médico Artur Eugênio de Azevedo em maio de 2014. Nesta quarta, ele foi julgado a nível administrativo pelo conselho classita. Claudio Amaro teve dez minutos para fazer sua defesa, junto com seu advogado, João Bosco Albuquerque. Mas falou pouco. 

O advogado Daniel Lima, contratado pela família do médico Arthut Eugênio, disse que estava aliviado pela decisão de cassação. "A gente fica satisfeito pelo dever cumprido, mas não estamos felizes porque um fato como esse é lamentável", comentou. A esposa da vítima, a médica Carla Rameri Azevedo, também prestou depoimento na audiência.

Os conselheiros analisaram a denúncia de que Cláudio Amaro faltou com a ética, assediou moralmente e perseguiu Artur Eugênio durante o exercício da profissão no tempo em que os dois trabalharam juntos. O acórdão agora deverá ser publicado no Diario Oficial. Desde1958, o Cremepe só cassou os direitos de cinco médicos. Cláudio Amaro seguiu para o Centro de Obersevação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, onde aguarda julgamento do processo criminal. 

A juíza Inês Maria de Albuquerque, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Jaboatão, decidiu em 2015 levar o acusado a júri popular. A defesa do médico entrou com recurso ao Tribunal de Justiça de Pernambuco, que foi negado. Desde então, três recursos já foram impetrados no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Artur Eugênio foi assassinado em 12 de maio de 2014 e seu corpo foi encontrado na BR-101, no bairro de Comporta, em Jaboatão. O crime teria sido motivado por desentendimentos profissionais entre Cláudio Amaro e a vítima. Segundo os autos, Cláudio Amaro foi apontado como mandante do assassinato.
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