Operação Miracles

Detento comandava homicídios e roubos mesmo atrás das grades

Acusado de sequestro e homicídio, Jones está presos desde 2001 no Presídio de Limoeiro. Ele declarou à Polícia ser integrante da facção carioca Comando Vermelho

Publicado em: 23/04/2018 13:02 | Atualizado em: 23/04/2018 15:15

Delegado Ivaldo Pereira (esquerda) comandou a Operação Miracles. Foto: Polícia Civil/Divulgação

Uma operação realizada pela Polícia Civil de Pernambuco prendeu 16 pessoas e descobriu a participação de 13 presidiários num esquema de que envolvia tráfico de drogas e homicídios na Região Metropolitana do Recife. Os crimes eram comandados pelo detento John Caetano Rodrigues, conhecido como Jones, que responde por crime de sequestro, tráfico e homicídio e cumpre pena desde 2001, no Presídio de Limoeiro, no Agreste. Pelo menos, oito assassinatos são atribuídos ao grupo, que tinha atuação na Vila dos Milagres, no Ibura, Zona Sul do Recife, reduto onde Jones vivia antes de ser preso. A Polícia diz que Jones se declara membro do Comando Vermelho, facção crimimosa carioca e, mesmo atrás das grades, continua praticando crimes e comandando as mortes. Por isso, a Polícia Civil irá solicitar a transferência dele para um presídio federal. 

Batizada de Miracles, em referência a Vila dos Milagres, no Ibura, a operação cumpriu 18 mandados de busca e apreensão domiciliar, 27 mandados de prisão temporárias, dois mandados de apreensão de menores, além de apreender armas, drogas e veículos, que estavam em poder da quadrilha. Cerca de 110 policiais trabalhavam na investigação, que teve início em 11 de setembro do ano passado. De acordo com o gestor Operacional Metropolitano da Polícia Civil, o delegado Ivaldo Pereira, que comandou os trabalhos, os crimes eram cometidos por motivos futéis e banais. "Um dos menores apreendido matou uma pessoa com o telefone no ouvido para que Jones escutasse a execução. Ele ainda relata para Jones que seu celular ficou cheio de sangue", contou o delegado. 

Extensa documentação apresentada pela polícia. Foto: Polícia Civil/Divulgação

Segundo a Polícia Civil, a quadrilha é dividida em quatro grupos, responsáveis por boa parte dos homicídios. "Eles entravam em conflito pela disputa do tráfico e por qualquer tipo de rivalidade. Toda quadrilha agia sempre sob o comando de Jones, que está preso", explicou. Durante a investigação foi descoberto também o envolvimento de um policial militar em um dos grupos. "Esse PM intermediava a compra de armamento pesado e munições usadas pela gangue. Investigamos ainda a participação desse militar em um furto de uma carga de medicamentos", adiantou Ivaldo Pereira. 

Os policiais civis também tiveram a certeza do envolvimento de Jones na explosão ocorrida na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, em janeiro de 2016, que terminou com a fuga de presos. "Ele mantinha uma casa alugada na ilha, onde abrigou os foragidos. Na época, a polícia conseguiu identificar que ele comandava o tráfico de drogas em Itamaracá, mas não comprou a sua participação na explosão da penitenciária", comentou o delegado. Ivaldo Pereira contou ainda que o grupo seria responsável ainda por assaltos e clonagem de veículos. 

Além do envolvimento com o Comando Vermelho, a Polícia Civil investiga a participação de integrantes de outras facções criminosas como o grupo Thundercats, apontado como autor de várias execuções no bairro de Jardim São Paulo no início do ano 2000 e, os Al-Qaeda, que também praticava homicídios e traficava drogas na Paraíba.  


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