Denúncia

Sem recursos para reforma, igreja de São José está interditada desde 2011

Matriz tombada pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco tem rachaduras e infiltrações e está com o telhado caindo

Publicado em: 19/03/2018 11:43 | Atualizado em: 19/03/2018 12:43

A matriz foi tombada pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). Foto: Marlon Diego/Esp DP

No dia de São José, a matriz em homenagem ao santo, no bairro de mesmo nome, no Centro do Recife, não tem o que comemorar. Interditada desde 2011, a igreja, erguida no século 19, pode desabar. Localizada na Rua Imperial, o templo tem rachaduras e infiltrações e está com o telhado caindo. Por determinação da Diretoria de Controle Urbano do Recife (Dircon), não abre mais para missas. Em 27 de julho de 2017, a matriz foi tombada pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), o que trouxe esperança para agilizar a restauração.

Sem condições financeiras para a reforma, a arquidiocese pediu socorro, no ano passado, à instituição católica alemã Adveniat, que contribui com projetos religiosos na América Latina. O padre Rinaldo Pereira, presidente da Comissão de Patrimônio e Cultura da arquidiocese, informou que a resposta da entidade deve chegar após a Páscoa. “Estamos apreensivos. Eles já pediram algumas documentações, esperamos receber algum recurso”, comentou. Segundo o padre, o restauro está orçado em R$ 1 milhão. “A instituição deve mandar pelo menos uma parte desse valor, que usaremos na recuperação urgente do telhado.”

Depois que o templo foi interditado, missas e batismos passaram à Igreja da Celestial da Santíssima Trindade, na Avenida Dantas Barreto. “Ficamos mais sacrificados porque, com o dinheiro dos casamentos e missas, pagávamos manutenção, água e luz”, lamentou o sacristão José Bezerra da Silva, 60 anos, dos quais 35 foram dedicados à matriz. Segundo ele, eram realizados 120 casamentos por ano. Com capacidade para 500 pessoas sentadas, o templo é o único neoclássico do Recife. Erguido em 1844, foi reformado no século seguinte, quando ganhou moisaico de Francisco Brennand na fachada.

A igreja fica no perímetro do Projeto Novo Recife e seria beneficiada com medidas mitigadoras do empreendimento. O Consórcio Novo Recife informou que os estudos complementares serão concluidos até o fim deste semestre e ainda não há data para início da obra.

O restauro está orçado em R$ 1 milhão. Foto: Marlon Diego/Esp DP

Depois que o templo foi interditado, missas e batismos passaram à Igreja da Celestial da Santíssima Trindade. Foto: Marlon Diego/Esp DP

Interditada desde 2011, a igreja, erguida no século 19, pode desabar. Foto: Marlon Diego/Esp DP
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