Diario Urbano Urbanização põe em risco a memória histórica do Recife

Por: Jailson da Paz

Publicado em: 13/10/2017 07:06 Atualizado em: 13/10/2017 08:56

Dos ganhos com a urbanização, o Recife soma acesso a escolas, a hospitais, a centros de lazer e cultura e controle das causas de doenças. Mas a urbanização refletida na melhoria da qualidade de vida trouxe perdas. Põe em risco a memória histórica da cidade, conforme pesquisa de Angélica Borges, da Universidade Federal de Pernambuco. Angélica partiu do lugar de trabalho, o Laboratório de Conservação e Restauração da Faculdade de Direito do Recife, para comprovar os danos. Constatou que temperatura e umidade relativa do ar dentro da biblioteca, na Boa Vista, estão acima dos níveis adequados para a conservação das obras raras. E contribuem para o desenvolvimento de micro-organismos fatais ao acervo. Na base desses fenômenos, os aumentos do fluxo de veículos e da impermeabilização do solo, o adensamento dos prédios e a redução da cobertura vegetal. Estes são fenômenos que levam às ilhas de calor, também encontradas em outros bairros da cidade. Revertê-las de imediato é impossível, embora possam ser amenizadas a médio e longo prazos. No caso das obras raras, a salvação virá de ações e investimentos dos poderes públicos e quem sabe, por boa vontade, da iniciativa privada, afinal técnicas e recursos existem.

Cortina de fios
O excesso de fios em frente aos monumentos está incorporado ao Recife. Naturalizou-se, quando o ideal para uma cidade como a capital pernambucana, de extenso patrimônio histórico, seria a preservação da paisagem. Que falem os turistas. Para fotografarem de frente a fachada do Teatro Santa Isabel, precisam se mexer bastante.

Aos pedaços
Às margens da antiga BR-101 Sul e próxima a uma fábrica de bebidas, a Capela de São Francisco do antigo Engenho Trapiche se desmancha. Nem portas nem telhas há na igreja que pertencia à família de Francisco do Rego Barros, o Conde da Boa Vista (1802/1870).  Bastaria o valor de alguns milhares de cerveja para restaurá-la.

Acesso permitido
Debate oportuno o do controle de entrada e saída de passageiros nos acessos destinados aos ônibus em terminais integrados do Recife. O assunto domina conversas em Joana Bezerra e no Recife depois que a vendedora Geisiene Nascimento de Lima, 25 anos, morreu atropelada em Joana Bezerra na última quarta-feira. É fácil usar tais acessos.

Fila zerada
Mutirões de saúde dizem duas coisas. Uma, as redes públicas foram incapazes de atender à necessidade da população. Segundo, renovam esperança para doentes, como em Jaboatão, à espera de exames há meses. No caso, de densiometria óssea e ergonométricos. Os mais 1,1 mil realizados em setembro, pela prefeitura, zeraram a fila de espera.

Ciclistas mortos
Na hora de pressionar o município e o estado para implantarem vias exclusivas para bicicletas, instituições e cicloativistas apresentam um dado inquestionável. As quatro mortes de ciclistas deste ano ocorreram em pontos sem qualquer demarcação, nas avenidas Mário Melo, Caxangá, Abdias de Carvalho e Beberibe.

Doação de alimento
Três instituições de ensino de Olinda e Recife arrecadam alimentos não perecíveis, até o final deste mês, para o Lar Fraterno Vovó Cavendish, que atende crianças de Sertânia. Em Olinda, o Colégio Luiza Cora, em Casa Caiada, e os campi II e IV da Focca, no sítio histórico, enquanto no Recife são as cinco unidades da Faculdade São Miguel.

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