Saúde Plantas que podem melhorar a sua vida De potencial ainda desconhecido por muitos, fitoterapia será abordado em simpósio internacional

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 10/10/2017 07:53 Atualizado em:

Prevenir e auxiliar o tratamento de doenças como diabetes, hipertensão e câncer são alguns dos benefícios da fitoterapia. Incluir plantas medicinais no alimento ou no preparo de chás pode resultar em uma melhor qualidade de vida e evitar as enfermidades mais comuns em todo o mundo, além de combater depressão e ansiedade. Para debater sobre o assunto e ensinar como é possível criar uma “farmácia caseira”, cultivando produtos naturais, o clínico geral Celerino Carriconde participa do 5º Simpósio Internacional de Saúde Quântica, nos dias 20, 21 e 22 de outubro, das 9h às 21h, no Classic Hall, em Olinda.

Entre os temas que irá abordar durante o evento está “Os sete pecados nutricionais”, em que aponta os principais alimentos causadores de doenças. Entre eles, Celerino destaca o uso dos refinados. “O açúcar, o sal e o trigo levam a uma série de problemas e são verdadeiros venenos. Outro fator é a falta de fibra na alimentação. O uso de óleos, que produzem inflamação no corpo, como os derivados de soja, milho, canola, e são todos transgênicos, também. Os óleos bons são aqueles que têm ômega 3, como de Oliva extra virgem, gergelim, coco e palma, que agem como anti-inflamatórios. Outra questão relevante é o uso de laticínios, que provocam alta incidência de câncer”, comenta.

Atendendo, em sua maioria, casos de doenças degenerativas em seu consultório, o médico ressalva que as plantas não promovem a cura de enfermidades, mas agem como coadjuvantes nos processos terapêuticos. Ele ainda defende que o paciente precisa assumir o protagonismo, cuidando da sua própria alimentação e não se tornando refém de medicamentos.

Cultivando mais de 100 espécies orgânicas em seu sítio, em Jaboatão, o médico destaca entre elas a cúrcuma, utilizada como anticancerígeno e anti-inflamatório. “Ela é da mesma família do gengibre e aqui cultivamos de forma artesanal para consumo próprio e para ser vendida em feiras orgânicas. A planta tem propriedade antitumoral e age direto nas inflamações”, afirma. A especiaria é consumida em pó e leva cerca de seis meses para nascer. Até ficar pronta para uso, a raiz passa por um longo processo de secagem e moedura. A produção mensal no sítio chega a ser de 10 kg de cúrcuma, que pode ser utilizada nos alimentos como tempero para carnes, aves e frutos do mar.

Desde 1997 morando no sítio com a esposa, a enfermeira Diana Mores, o casal mantém o Centro Nordestino de Medicina Popular, que divulga a fitoterapia e medicina caseira entre grupos comunitários e famílias de baixa renda. “O Centro funciona como uma ONG que trabalha com comunidades carentes através de financiamentos de outros países. Hoje, o trabalho com planta medicinal é considerado política pública no SUS e promovemos a questão na segurança alimentar e da alimentação saudável para que as pessoas possam fazer do alimento o seu remédio”, conta Celerino.

ALCANCE

Assim como a fitoterapia, outros tratamentos que fazem parte da medicina complementar são oferecidos pelo SUS para minimizar os efeitos colaterais de medicamentos e complementar procedimentos convencionais. Ao todo, 19 práticas, como homeopatia, acupuntura, arteterapia, meditação, musicoterapia, osteopatia, reflexoterapia, shantala e ioga foram institucionalizadas.

Segundo a OMS, 80% da população mundial utilizam a fitoterapia no que se refere à Atenção Primária à Saúde. Somente em 2016, mais de dois milhões de atendimentos das práticas complementares foram realizados nas unidades básicas de saúde de todo o país. No Recife, três unidades oferecem esse atendimento - o Núcleo de Apoio às Práticas Integrativas, na Madalena, e as Unidades de Cuidados Integrais em Saúde (Encruzilhada e Engenho do Meio). São ofertadas pelo município 34 terapias. De acordo com a Secretaria de Saúde do Recife, são realizados cerca de 160 novos atendimentos por mês. As inscrições para o simpósio podem ser feitas em http://simposio.saudequantum.com.

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