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INSEGURANÇA Bancários pedem grupo de trabalho para inibir assaltos Categoria quer restabelecimento de projeto criado no início do Pacto pela Vida, que incluía bancos, poder público e a OAB-PE

Publicado em: 17/10/2017 16:42 Atualizado em:

Agência do banco Itaú, na Avenida Dezessete de Agosto, foi assaltada duas vezes em três meses. Foto: Gabriel Melo/Esp. DP (Agência do banco Itaú, na Avenida Dezessete de Agosto, foi assaltada duas vezes em três meses. Foto: Gabriel Melo/Esp. DP)
Agência do banco Itaú, na Avenida Dezessete de Agosto, foi assaltada duas vezes em três meses. Foto: Gabriel Melo/Esp. DP
Os assaltos a bancos em Pernambuco motivaram a direção do Sindicato dos Bancários a procurar a Secretaria de Defesa Social (SDS) para tentar reativar um grupo de trabalho implantado na época do lançamento do Pacto pela Vida, mas extinto há três anos. A ideia é voltar a reunir, uma vez por mês, instituições estratégicas no enfrentamento ao crime contra as empresas do ramo financeiro. Nesta nova versão, o grupo de trabalho teria a participação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A SDS, informou, por meio de sua assessoria, que vai analisar a solicitação e dar uma resposta em reunião ainda a ser agendada.

O encontro aconteceu no mesmo dia em que foi registrada tentativa de assalto a uma agência bancária, durante a madrugada, no bairro de Rio Doce, Olinda. O alarme da agência foi acionado e os suspeitos fugiram. Ferramentas que seriam utilizadas na ação foram deixadas no interior do banco.

A categoria entregou o Mapa da violência bancária em Pernambuco - 2017, projeto desenvolvido pela entidade que permite o cruzamento de dados capaz de apontar o modus operandi dos criminosos e as estratégias de enfrentamento dos crimes. Os números apontam um total de 146 ocorrências este ano, com 79 municípios afetados. A capital lidera com 26 investidas. De acordo com o sindicato, o crescimento das investidas é claramente crescente, mas somente em janeiro do ano que vem serão disponibilizados percentuais que apontem a situação, porque a metodologia do mapa ainda está em construção.

O grupo de trabalho seria composto pelo Sindicato dos Bancários, SDS, Ministério Público de Pernambuco, Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), Sindicato dos Vigilantes, direção dos bancos, estudiosos do assunto e OAB. “O sindicato participou há dois anos de um grupo de trabalho sobre violência bancária e o resultado dessa articulação foi muito positivo: incluímos a “saidinha bancária” nos boletins de ocorrência, o sistema de segurança dos bancos melhorou e o crime diminuiu. Se houver interesse político do governo, vamos conseguir reduzir esse tipo de investida que assombra nosso estado”, disse o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Bancários, João Rufino.

O coordenador do Gabinete de Gerenciamento de Crises da SDS, o tenente-coronel Ivanildo Torres, disse que os dados do mapa apresentado pelo sindicato são maiores que os da polícia. Segundo ele, os dados da SDS são registrados por meio de uma metologia que não contabiliza, por exemplo, assaltos a clientes dentro de agências que não resultem em roubo de numerários.

Os bancários também criticaram a situação dos bancos no interior. “É preciso refletir porque os bancos preferem pagar milhões em multa em lugar de reabrir uma agência. A falta desses bancos é preocupante, já que gera falência do comércio local, eleva o desemprego, aumenta as saidinhas bancárias nas agências dos municípios vizinhos e precariza o atendimento dos correspondentes bancários”, criticou Suzineide Rodrigues, presidente do Sindicato dos Bancários.

A categoria também criticou a não aplicação da lei que obriga as instituições a terem itens de segurança como porta giratória, vidro blindado e câmera em contato direto com a polícia. Um total de 57 agências foram fechadas e como alguns bancos reforçaram a segurança, eles passaram a mirar lotéricas, carros-fortes e empresas de segurança de numerário.
 


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