Inclusão Agentes de trânsito capacitados em Libras Curso para comunicação com surdos foi concluído em evento que também trouxe demandas de cegos

Publicado em: 26/09/2017 07:26 Atualizado em:

No encerramento da Semana Nacional de Trânsito, entidades de surdos e cegos e a CTTU se reuniram, no Sesc Santo Amaro, para discutir propostas de inclusão na mobilidade. Entre as dificuldades estão a ausência de intérprete de Libras nas provas para emissão da carteira de habilitação, obstáculos de comunicação com agentes e orientadores de trânsito e calçadas sem piso de alerta. Para melhorar a interação com surdos, 25 profissionais da autarquia receberam ontem certificação no curso de Linguagem Brasileira de Sinais.

Na ocasião, também foram apresentados oito aplicativos de acessibilidade que podem auxiliar na comunicação entre condutores, pedestres e agentes. De acordo com a coordenadora do núcleo de tecnologia assistiva da Secretaria Municipal de Educação, Adilza Gomes, o uso da tecnologia pode ser eficaz para tornar o trânsito mais inclusivo.

“Essas ferramentas são gratuitas. Podem ser baixadas no celular e facilitam bastante as ações do dia a dia, como pedir a carteira de um condutor, indicar um caminho correto. Os alunos da rede municipal do primeiro ao nono ano receberam tablets com esses aplicativos porque a proposta é replicar essa possibilidade de maior interação com pessoas que tenham deficiência física, intelectual, motora ou ainda o autismo”, explicou Adilza.

Para o vice-presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência do Recife (Comud), Paulo Fernando da Silva, é necessário investir mais em políticas de inclusão. “É preciso que nossos direitos sejam garantidos, desde contar com a presença de um intérprete nas provas das autoescolas a fiscalizar os veículos que estacionam nas calçadas e dificultam ainda mais nossa passagem, e instalar faixa de pedestres com rebaixamento”, apontou.

O Recife tem 56 semáforos com avisos sonoros. Somente no ano passado foram instalados 10 equipamentos por solicitação das entidades que representam cegos.

“Estamos realizando um estudo para ampliar essas instalações, porque antes é preciso fazer uma avaliação técnica, já que não são todos os semáforos que podem ter esse recurso. A nossa proposta é justamente ouvir as demandas e facilitar o diálogo. Como somos responsáveis pela gestão do trânsito, queremos exercitar as diferentes formas de comunicação para atender a necessidade do outro”, disse a presidente da CTTU, Taciana Ferreira.

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