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Decisão Policiais militares envolvidos na morte de jovem em Itambé viram réus Tribunal de Justiça de Pernambuco aceitou a denuncia feita pelo Ministério Público. Ainda não há data para julgamento

Publicado em: 17/07/2017 19:28 Atualizado em: 17/07/2017 19:40

A Justiça acatou a denúncia feita pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) contra os quatro policiais militares que atuaram no protesto feito por moradores de Itambé, que resultou na morte do estudante Edvaldo Alves da Silva, 19 anos, atingido por uma bala de borracha. A decisão do juiz Ícaro Nobre Fonseca, de 13 de julho, determina que o capitão Ramon Tadeu Silva Cazé e o soldado Ivaldo Batista de Souza Júnior respondam por homicídio doloso. Já os PMs Silvino Lopes de Souza e Alexandre Dutra da Silva responderão por omissão em face da conduta de tortura. Com isso, os militares agora são considerados réus. Os mandados de citação para a defesa foram expedidos na sexta-feira. Ainda não há data prevista para que os PMs denunciados pelo homicídio sejam julgados.

Edvaldo estava junto com um grupo que protestava por segurança na cidade de Itambé quando foi atingido por um tiro de borracha na perna. O MPPE denunciou por homicídio doloso, quando há intenção de matar ou se assume o risco de que isso aconteça, o soldado Ivaldo Batista e o capitão Ramon Tadeu. No inquérito policial, os dois militares haviam sido indiciados por homicídio culposo, sem intenção. Segundo a polícia, Ramon deu a ordem para que Ivaldo disparasse contra Edvaldo. O rapaz morreu em 11 de abril, após 24 dias internado.

Na apresentação do posicionamento do MPPE, ocorrida no dia 13 de junho, o promotor João Elias da Silva Filho também pediu a responsabilização dos dois outros militares que estavam no local. Os policiais Ivaldo e Ramon foram afastados das atividades de rua e respondem a processo administrativo também na PM. Ambos são lotados na Companhia Independente de Goiana.

No inquérito policial, somente o capitão e o soldado Ivaldo haviam sido indiciados pelo assassinato. Para a Polícia Civil, os PMs não tinham treinamento específico para usar armas com balas de borracha. O capitão também foi indiciado por abuso de autoridade, por ter dado um tapa no rosto da vítima no momento em que ela era socorrida, mas o promotor entendeu que ele cometeu crime de tortura. O tenente Silvino Lopes de Souza e o soldado Alexandre Dutra da Silva foram denunciados por omissão.



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