Morada da Paz
Familiares e amigos sepultam o corpo da recepcionista Gisely dos Santos
De acordo com a polícia, o principal suspeito de cometer o crime é o empresário Wilson Campos de Almeida Neto
Por: Diario de Pernambuco
Publicado em: 20/07/2017 14:12 Atualizado em: 20/07/2017 16:32
Foi sepultado no fim da manhã de hoje (20), o corpo da secretária Gisely Kelly Tavares dos Santos, 37 anos, encontrada morta na madrugada desta quarta-feira no apartamento 404 do Edifício Praça do Rosarinho Prince, Zona Norte da cidade. Familiares e amigos de Gisely se reuníram no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, e decidiram adiantar o horário do sepultamento, marcado para às 14h desta quinta-feira.
Os parentes da vítima preferiram não dar declarações à imprensa e se despediram de Gisely sob uma forte chuva. "Ela sempe foi uma pessoa muito companheira, nunca brigava com ninguém porque era muito bem quista por todos. Infelizmente teve esse fim. Só lamentamos muito que ela tenha morrido", comentou Ana Elizabeth Santos, 38 anos, amiga da família.
O principal suspeito de cometer o crime, segundo a polícia, o empresário Wilson Campos de Almeida Neto, deve ser apresentado até amanhã. A advogada Silvana Duarte, procurou o delegado Breno Maia, na Delegacia do Espinheiro, na Zona Norte do Recife, para negociar a apresentação espontânea do cliente.
Compareceu na manhã desta quinta-feira à Delegacia do Espinheiro, na Zona Norte do Recife, a advogada do empresário Wilson Campos de Almeida Neto. Silvana Duarte, procurou o delegado Breno Maia, responsável pela investigação, para negociar a apresentação espontânea do cliente, que deve acontecer a qualquer momento, tendo como prazo final a próxima sexta-feira. De acordo com a advogada, Wison alega que o tiro que atingiu Gisely na cabeça foi acidental, motivado pelo excesso de bebida que havia consumido durante a comemoração de aniversário da vítima.
Gisely morava com o empresário há pelo menos seis meses no edifício no Rosarinho. Na madrugada de ontem, o casal encontrou-se no local pela última vez. Imagens do sistema de segurança mostram os dois entrando no condomínio por volta das 2h. Meia hora depois, Wilson deixa o prédio, sozinho, em um carro. Enquanto o empresário partia, o corpo de Gisely estava no box do banheiro, despido e com um tiro na cabeça. Wilson é o principal suspeito do crime e ainda não foi localizado pela polícia ou se apresentado.
Horas antes do crime, o casal estava comemorando o aniversário de Gisely. O crime foi descoberto quando uma prima de Wilson ligou para a polícia. Ele próprio fez contato com a parente para falar sobre um suposto “acidente” no apartamento. A ligação para a prima somente aconteceu após ele deixar o prédio, entre 2h30 e 3h.
O chefe de Polícia Civil, Joselito Amaral, disse que a principal linha de investigação é a de homicídio. As primeiras investigações apontam que o suspeito deixou o imóvel levando roupas e a arma usada no crime, supostamente um revólver calibre 38. A polícia também estranhou o fato de não haver qualquer documento de identificação de Gisely no imóvel. Uma advogada de Wilson já fez contato com a polícia.
Há um mês, testemunhas disseram ter visto uma mulher em uma caminhonete parada em frente ao edifício agredindo verbalmente o casal. Wilson passou mais de 20 anos casado e está em processo de separação com a mulher com quem tem quatro filhos. Segundo a polícia, a vítima trabalhou como secretária na empresa do suspeito, a Promultt Distribuidora e Comércio de Produtos de Higiene.
Familiares de Gisely estiveram no Instituto de Medicina Legal (IML), na tarde de ontem, mas evitaram falar com a imprensa. Gisely deixou um filho menor de idade.
Essa não foi a primeira vez que Wilson teve seu nome envolvido com problemas na polícia. Em maio deste ano, ele foi autuado em flagrante, na Delegacia do Espinheiro, por disparar uma pistola dentro da garagem do mesmo condomínio, após denúncia do síndico. Joselito Amaral disse que a arma foi apreendida pela polícia.
Ontem à noite, peritos do Instituto de Criminalística voltaram ao apartamento para fazer uma perícia mais detalhada com o uso de luminol, substância que detecta presença de sangue. O imóvel estava arrumado e não aparentava ter sido limpo após o crime. Os peritos solicitaram ao IML exame residuográfico nas mãos de Gisely para ter certeza e afastar a possibildiade de "acidente". Independentemente da apresentação ou não do suspeito, a polícia vai pedir a prisão preventiva de Wilson Campos de Almeida Neto.
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