Investigação Suspeito de envenenar família tem prisão preventiva renovada

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 16/06/2017 09:51 Atualizado em: 16/06/2017 10:20

Para a polícia, não há mais dúvidas quanto à autoria do crime. Foto: Eduarda França/Esp. DP
Para a polícia, não há mais dúvidas quanto à autoria do crime. Foto: Eduarda França/Esp. DP
A Justiça renovou o período de prisão preventiva do homem suspeito do envenenamento coletivo de nove pessoas de uma mesma família, em Jardim Primavera, Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR). De acordo com a delegada Euricélia Nogueira, responsável pela investigação, Jesemiel Hidalgo da Silva, o “Kiko”, 27 anos, teve a prisão, que expiraria nesta sexta-feira, renovada por mais 30 dias para a finalização do inquérito. Jesemiel Hidalgo é ex-namorado de Débora Regina Belo Soares, 22, e teria envenenado a jovem e sua família.

"Já temos o resultado de algumas perícias, vamos receber o da reprodução simulada e talvez haja também o indiciamento de outra pessoa. Pra concluir esse caso vai ser preciso ouvir o principal alvo. Regina vem reagindo bem ao tratamento, está prestes a receber alta e, em conversas familiares ela fala de um presente que ele disse que havia deixado para ela. De maneira nenhuma ele assume e indica locais onde teria estado, mas procuramos os locais e as pessoas que ele indica. Ele tentou construir hálibis que não foram concretizados. Temos uma pessoa, um fucionário público que inclusive estava trabalhando e tem o nome na escala de trabalho. Mas ele não confessa", acrescentou esta manhã Euricélia Nogueira.

A Polícia não tem dúvida da autoria. O suspeito se apresentou espontaneamente à polícia e foi preso no doa 17 de maio. As investigações confirmaram que o envenenamento ocorreu com uso do agrotóxico conhecido como “Chumbinho”, erroneamente utilizado para matar ratos, de comercialização proibida. Segundo as perícias realizadas, o veneno teria sido adicionado ao colorau utilizado na preparação de alimentos para a comemoração do Dia das Mães. Segundo foi apurado pela Polícia, com a coleta de depoimento de 16 pessoas, no dia anterior, o sábado passado, Jesemiel Hidalgo foi à casa de Débora Regina, a pretexto de tentar reatar o namoro, e acabou pedindo que ela colocasse crédito no celular dele. Teria sido esse o momento em que conseguiu acesso à cozinha para adicionar o veneno ao colorau.

Na noite da visita do ex-namorado, Débora preparava os alimentos e passou mal. Quando chegou no Hospital Miguel Arraes, médicos que fizeram o atendimento levantaram a suspeita de envenenamento. Mas a família não associou o fato à comida. No domingo, Dia das Mães, a refeição foi servida. Um gato da família morreu envenenado. Mais oito pessoas passaram mal. Débora Regina continua internada no Hospital da Restauração (HR).

 
Segundo a Polícia, os depoimentos coletados denunciaram o comportamento agressivo do suspeito e, com o resultado das perícias, foi solicitada sua prisão temporária. "Ele está tentando criar álibi e culpar o ex(-marido) dela, mas há fundamentos suficientes para a decretação da prisão. “Ele (Jesemiel Hidalgo) já está preso, longe do distrito, mas não podemos dizer em que local”, disse a delegada Euricélia Nogueira. “Houve o envenenamento coletivo e ele cai por dolo eventual. Por mais que o alvo fosse ela (Débora Regina), ele responde pela tentativa de homicídio contra a família inteira. Nove pessoas foram atingidas e três estão em estado grave", avalia.

Ao se apresentar à Polícia, Jesemiel Hidalgo o suspeito teria afirmado ser motorista de caminhão e, por isso, poderia se esconder em qualquer lugar, o que reforçou a ideia do pedido de prisão temporária, por trinta dias. O suspeito prestou depoimento na manhã de hoje, quando, segundo a Polícia, tentou incriminar o ex-marido de Débora, identificado apenas como Nivaldo.



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