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Mobilidade Rodoviários conseguem acordo, e ônibus da Caxangá devem voltar a circular quarta Homologação do acordo, no entanto, ainda será feita no Ministério Público do Trabalho

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 11/04/2017 19:35 Atualizado em: 11/04/2017 20:37

Nesta terça, categoria entrou no segundo dia de protestos. Foto: Julio Jacobina/DP (Nesta terça, categoria entrou no segundo dia de protestos. Foto: Julio Jacobina/DP)
Nesta terça, categoria entrou no segundo dia de protestos. Foto: Julio Jacobina/DP

A paralisação dos motoristas e cobradores da empresa de ônibus Caxangá deve acabar nesta quarta-feira. Em reunião com o jurídico da empresa, na tarde desta terça, o Sindicato dos Rodoviários conseguiu um acordo para avaliação da pauta de reivindicação da categoria, incluindo o freio nas demissões de cobradores e despachantes. A conversa, no entanto, ainda será formalizada em audiência no Ministério Público do Trabalho com data a ser definida. As linhas operadas pela Caxangá transportam 240 mil passageiros todos os dias.

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Pela manhã, houve manifestação e tumulto em frente à garagem da empresa, no bairro de Peixinhos, em Olinda. Pedras foram arremessadas no vidro pára-brisas de um dos coletivos. A confusão começou por volta das 6h30, quando um ônibus da linha Sítio Novo/Rio Doce teve a saída da garagem impedida pelos manifestantes. Duas janelas do veículo foram quebradas e ele voltou para a garagem, que teve o portão fechado. Durante a madrugada, alguns coletivos circularam normalmente. A frota da empresa soma 490 coletivos e, de acordo com o sindicato, apenas 15 circularam durante a manhã desta terça.

Uma reunião entre as partes envolvidas foi marcada para as 11h desta terça, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Pernambuco, na Avenida Agamenon Magalhães, no Espinheiro. No entanto, os representantes da empresa se recusaram a comparecer e o sindicato também optou por não ir. "A categoria não quis participar para não enfraquecer a mobilização. O advogado da empresa também estava na garagem e conversamos lá mesmo durante o ato", esclareceu Benilson Custódio, presidente do Sindicato dos Rodoviários.



"Eles se comprometeram a pagar os dias parados, não demitirem mais cobradores e nem despachantes. Também se disponibilizaram a discutir os outros temas da pauta e dar gratificação para quem for trabalhar amanhã (quarta). Acredito que os carros devam sair. Se não todos, muito mais do que os 30% exigidos pela Justiça", ponderou Custódio.

O Sindicato dos Rodoviários adiantou que vai conversar com a categoria para explicar tudo. "No caso das demissões, como houve justa causa, é irreversível. Estamos acertando o daqui para frente. Vamos ao Ministério Público do Trabalho para formalizar tudo", concluiu o sindicalista.

DENÚNCIA

A mobilização pegou os usuários de surpresa. As paradas de ônibus ficaram lotadas. Foto: Samuel Calado/Esp.DP (A mobilização pegou os usuários de surpresa. As paradas de ônibus ficaram lotadas. Foto: Samuel Calado/Esp.DP)
A mobilização pegou os usuários de surpresa. As paradas de ônibus ficaram lotadas. Foto: Samuel Calado/Esp.DP


Os motoristas de ônibus e cobradores da Empresa Caxangá suspenderam as atividades nesta segunda-feira. A mobilização teve início por volta das 3h30, quando dos trabalhadores realizaram um protesto em frente à garagem da empresa, em Olinda, impedindo a saída dos coletivos. O ato tem o objetivo de denunciar a demissão de 76 profissionais entre os meses de janeiro e março deste ano. Com a paralisação, mais de 300 coletivos deixaram de circular nos municípios de Recife e Olinda, atingindo cerca de 240 mil passageiros. De acordo com o Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, os cobradores são os mais afetados, desde o início do processo de implantação de linhas exclusivamente com o uso do cartão VEM.

Outro problema seria o desvio de função de alguns profissionais, uma vez que motoristas e cobradores estariam sendo obrigados a vender cartões VEM em alguns terminais de ônibus. A categoria denuncia ainda o aumento da violência no transporte público, com mais de mil assaltos a coletivos só este ano. Com mais de 1.900 funcionários, a Empresa Caxangá, opera em 54 linhas que realizam 3.580 viagens por dia útil. A paralisação foi definida na quinta-feira passada, após uma reunião na empresa.

DIREITO DE RESPOSTA

Sobre a paralisação, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) lembrou que "a Justiça do Trabalho, por meio do juiz Roberto de Freire Bastos, da 3ª Vara do Trabalho de Olinda, determinou que o Sindicato dos Rodoviários se abstenha de impedir o regular funcionamento da Rodoviária Caxangá e garanta o percentual mínimo de 30% do efetivo da empresa, a fim de assegurar o regular funcionamento da empresa operadora de transporte público". A Urbana-PE ressaltou ainda que a paralisação foi realizada sem aviso prévio e que a Rodoviária Caxangá buscou o diálogo com o Sindicato dos Rodoviários.

O Sindicato das Empresas informou também que nenhum cobrador foi demitido em função das alterações de funcionamento de operação das linhas. "Os cobradores foram capacitados e aproveitados em outras funções ou realocados para outras linhas. Nos últimos meses, 314 cobradores foram promovidos e 89 estão atualmente em escolas de formação de motoristas", garantiu.

Procurada pelo Diario, a Rodoviária Caxangá também informou que nenhum cobrador foi demitido em função das alterações de funcionamento de operação das linhas. "Os cobradores foram capacitados e aproveitados em outras funções. Neste mês de abril, 17 cobradores foram promovidos a motoristas. A empresa reforça que não foi informada com antecedência sobre a paralisação e está se esforçando para normalizar as atividades o mais rápido possível. A Rodoviária Caxangá esclarece ainda que se dispôs a manter o diálogo com o Sindicato dos Rodoviários. No entanto, esse não demonstrou interesse em realizar qualquer negociação", respondeu por nota.



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