Violência
Cantor denuncia agressão por homofobia em Terminal Integrado no Recife
Vítima estava com mais dois amigos. Eles dizem que foram agredidos por zelador e seguranças no Terminal Tancredo Neves, na Zona Sul
Por: Diario de Pernambuco
Publicado em: 25/04/2017 09:29 Atualizado em: 26/04/2017 09:38
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| Cantor denuncia agressão por homofobia no metrô do Recife. Foto: Reprodução/ Facebook |
Na manhã do domingo passado, Airton voltava para casa de ônibus, na companhia de dois amigos, após participar de uma festa da boate Metrópole. Ele conta que por volta das 7h30, já dentro do terminal, os três foram ao banheiro do Terminal Tancredo Neves, onde foram abordados por um homem que deu início às agressões verbais.
"O zelador do banheiro se disse envangélico e começou a nos insultar. Disse que nós não éramos coisa de Deus, que éramos uma abominação para Deus. Tentamos conversar, com educação. Ele chamou os seguranças e, quando os dois homens chegaram, se sentiu encorajado e deu o primeiro tapa no meu rosto. Quando os seguranças chegaram, eu achei que eles iriam me defender, mas eles tiraram os cacetetes e começaram a me bater. Um amigo meu conseguiu correr e o outro ainda levou uma pancada no ombro".
De acordo com o músico, o funcionário acusou os jovens de assédio aos usuários dentro do banheiro, o que ele garante não ter acontecido. "No momento em que estávamos no banheiro não havia nenhum usuário. Nunca imaginei na minha vida passar por uma situação tão crítica e humilhante como essa! Não vou deixar isso impune, com certeza foi homofobia".
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| Cantor denuncia agressão por homofobia no metrô do Recife. Foto: Reprodução/ Facebook |
Em sua conta pessoal do Facebook, Airton denunciou o caso, fez seu relato e postou imagens dos ferimentoe e hematomas. "Os dois seguranças começaram a bater com seus cacetetes, com muita raiva, e sem ter um porquê daquilo, eu encurralado empurrei o criminoso evangélico da porta, saí do banheiro e continuou a sessão de porrada em mim, logo um dos seguranças sacou uma arma e atirou para cima, corremos, com medo que pegasse algum tiro em nós, eu ainda atordoado e com o rosto sujo de sangue fui pego por um dos seguranças e fui humilhado e jogado para fora do terminal, e quando ele entrou, eu voltei ao terminal pois eu tinha pago passagem para estar lá e tinha meu direito garantido, fui surpreendido mais uma vez pelo segurança, que me puxou pelo braço e segurando sua arma me falou 'SE VOCÊ ENTRAR NO TERMINAL NOVAMENTE, VOCÊ VAI VER O QUE VAI ACONTECER COM VOCÊ'", escreveu o músico.
Airton se queixa ainda que não recebeu atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira e que os policiais militares acionados por meio do 190 conversaram com os seguranças e não tomaram nenhuma providência, o orientando a voltar para casa. Com muitos hematomas, a vítima foi internada na Policlínica Arnaldo Marques, no Ibura, da noite do domingo até as 14h da segunda-feira para a realização de exames, que descartaram fraturas os lesões em órgãos internos. A dor, mais que física, é de revolta pelo preconceito: "Estou absurdamente traumatizado com tudo que me aconteceu. Já acionei polícia e advogados e realizei todos os trâmites para que a justiça seja feita, mas nada vai tirar esse infeliz acontecimento da minha cabeça. Passei momentos de terror naquele terminal e senti na pele o mal que o preconceito pode fazer com pessoas inocentes que apenas querem ser respeitados como todos".
Resposta - Em resposta, o Grande Recife Consórcio de Transportes divulgou uma nota oficial. Confira o texto na íntegra:
Com relação ao incidente ocorrido no último domingo, no TI Tancredo Neves, o Grande Recife informa que um usuário ao sair do banheiro informou a um funcionário de serviços gerais que havia três homens dentro do espaço assediando as pessoas que lá entravam e praticando atos libidinosos.
Diante disso, o funcionário foi até o local e solicitou que eles parassem com a abordagem e saíssem do local, quando teve início uma discussão. Segundo relato do funcionário, os homens aparentavam estar embriagados. Os vigilantes do Terminal foram acionados para intermediar a discussão. Ainda de acordo com o funcionário, não houve tiros.
O Grande Recife informa que os profissionais do órgão são orientados a tratar todos de maneira igualitária, respeitosa e sem discriminação. O Consórcio lembra que vem realizando oficinas para conscientizar e combater o preconceito nos Terminais Integrados do Recife e Região Metropolitana. Nesses encontros, funcionários são convidados a repensar o espaço público como local para promoção e garantia de direito da população LGBT. Os Terminais Integrados de Jaboatão e do Cabo foram os primeiros a receberem a ação. Os próximos a serem contemplados ainda serão definidos.
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