Investigação Quadrilha usou galpão para orquestrar ação contra a Brinks No local, foram encontrados o mapa da ação, máscaras de gás, maçarico, energéticos, munição, rádio comunicador, fardas do Exército, água, coturnos, carregadores de celular, ferramentas e um spray preto

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 21/02/2017 12:15 Atualizado em: 21/02/2017 21:05

No local, foram encontrados o mapa da ação, máscaras de gás, maçarico, energéticos, munição, rádio comunicador, fardas do Exército, água, coturnos, carregadores de celular, ferramentas e um spray preto. Foto: Paulo Paiva/ DP
No local, foram encontrados o mapa da ação, máscaras de gás, maçarico, energéticos, munição, rádio comunicador, fardas do Exército, água, coturnos, carregadores de celular, ferramentas e um spray preto. Foto: Paulo Paiva/ DP
Um galpão desocupado há pelo menos seis meses, localizado na Rua Doutor Gustavo Pinto, no bairro de Jardim São Paulo, vinha sendo utilizado pela quadrilha que, na madrugada desta terça-feira, explodiu o cofre da empresa de segurança e transporte de valores Brinks, na Avenida Recife, Zona Oeste da cidade. No local, foram encontrados esta manhã o mapa da ação, várias máscaras de gás, maçarico, energéticos, munição de 556 e 762 e nove milímetros, rádio comunicador, fardas do Exército, água, coturnos, carregadores de celular, ferramentas e um spray preto utilizado pelos bandidos para camuflar um dos carros utilizados na investida.

Há informações de que, após receber denúncias de moradores, a polícia civil já vinha monitirando o local, que já havia sediado uma empresa de produtos químicos e uma distribuidora de peixes e crustáceos. Esta manhã, a delegada Ana Luiza Mendonça esteve no local, ao lado dos peritos do Instituto de Criminalística (IC).

Vizinhos, que não quiseram se identificar, disseram ter percebido uma movimentação discreta no galpão. "Quase não se via gente nem carro aqui. E os portões sempre fechados". Segundo eles, o galpão pertece ao dono de uma oficina de conserto de caixa de direção localizada no Ibura de Baixo, identificado apenas como Marco.

O assalto
Hoje, moradores da área acordaram apavorados com o som de diversos disparos de armamento pesado e explosões. A quadrilha, formada por cerca de 30 homens encapuzados e fortemente armados, invadiu um posto de combustíveis e explodiu o cofre daempresa de segurança e transporte de valores Brinks, na Avenida Recife. De acordo com informações extra-oficiais, os bandidos conseguiram acessar o cofre da empresa e levar uma grande quantia em dinheiro. Fala-se em cerca de R$ 60 milhões.

Por volta das 2h30, a Polícia Militar chegou ao local e houve troca de tiros com os integrantes da quadrilha, assustando moradores da localidade, que fizeram relatos nas redes sociais. Três PMs ficaram feridos. Dois deles foram socorridos ao Hospital da Restauração (HR) e um foi atendido no local, com tiro de raspão. Um PM levou um tiro no braço e o outro, na perna. O terceiro foi atingido de raspão na orelha. Todos passam bem. Apesar do confronto, ninguém foi preso até o momento.  Os policiais militares que entraram em confronto com os suspeitos acreditam que o grupo é formado por criminosos de outros estados, por terem ouvido sotaques do Sul e Sudeste do país. Na fuga, a quadrilha deixou cilindros de gás, armas e coletes. Além disso, comerciantes relataram prejuízos deixados pelos bandidos.

A investida, de grande porte, aconteceu no primeiro dia de trabalho do novo comandante da Polícia Militar, o coronel Vanildo Maranhão, no dia da posse do novo chefe de Polícia Civil, Joselito Amaral e em meio à operação padrão realizada pelos policiais e bombeiros, iniciada em dezembro do ano passado. Durante a operação de hoje, um PM chegou a criticar a falta de armamento da categoria, alegando que a frota utilizou fuzis emprestados do Exército para sair às ruas esta madrugada. Em entrevista à TV Globo, o coronel admitiu o uso de armamentos do Exército, mas garantiu que a frota está equipada para combater a criminalidade. Já a Polícia Civil só deve se pronunciar ao final da operação, realizada por uma força tarefa criada especialmente para investigar os cada vez mais recorrentes casos de assaltos e explosões a bancos, carros-fortes e empresas de segurança.  



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