Solidariedade Doroti morre e família tenta encontrar abrigos para cães e gatos criados por ela Defensora de animais usava o dinheiro da própria pensão para custear a despesa com os 43 cães e 35 gatos

Por: Marcionila Teixeira

Publicado em: 09/12/2016 14:03 Atualizado em: 09/12/2016 14:51

Os cães e gatos da Doroti precisam de ajuda. Depois de lutar por 40 anos em prol dos animais abandonados, a defensora Doroti Onir Linck, 73 anos, morreu, no final do mês passado. Restaram 43 cães e 35 gatos salvos por ela dos maltratos nas ruas. Todos estão em um abrigo, em um terreno comprado para esse fim, em Curcurana, Jaboatão dos Guararapes. Desde a morte da defensora, a família está com dificuldades para bancar os animais. Suas filhas calculam em R$ 7 mil o custo médio com os bichos por mês. Ela era uma das pessoas mais atuantes em prol da causa animal em Jaboatão, onde morava. Ontem, Doroti, que era gaúcha, recebeu uma homenagem da prefeitura por sua atuação no município.

A morte repentina não deixou Doroti calcular o futuro de tantos bichos. Preocupadas, as filhas Karla e Karen Linck postaram em suas páginas do Facebook fotos dos animais com informações, como nome, estatura e comportamento. Elas esperam conseguir o apoio de novos cuidadores para cada um deles. A tarefa não é fácil. “Ela era apenas uma dona de casa e começou a se compadecer da situação de abandono. Passou então a recolher e levar para casa, inclusive, animais atropelados. Até cavalos ela ajudava no custo do tratamento”, contou Karla. Como a casa em Piedade ficou pequena para tantos recolhimentos, ela comprou o terreno.


O número de animais, no entanto, também cresceu por conta da má-fé das pessoas. “Muita gente abandonava bichos aqui ou dizia que ia ajudar com os custos e nunca mais aparecia”, completou Karla. Pelo menos quatro vezes por semana, Doroti seguia para o terreno para cuidar dos animais, dar banho, medicação, amor. Contava com a ajuda de três pessoas da região no serviço.

A luta de Doroti também provocou a prefeitura a colocar nas ruas o castramóvel, para castrar animais nos bairros. “Nossa mãe era filha de militar e tinha uma pensão do Exército. Com esse dinheiro ela ajudava os animais. Gastava com alimentação, remédio, veterinário e até IPTU do terreno”, calculou Karla. Com a morte de Doroti, a pensão foi extinta. Além da saudade natural da cuidadora, os animais precisam enfrentar a jornada de um novo lar. Uma tarefa que vai exigir solidariedade. O telefone para adoção é: 99147.4057.

Saiba mais

43 cães vivem no abrigo
35 gatos vivem no abrigo
R$ 3,5 mil é o custo mensal com ração
R$ 1.760 é o custo mensal com dois funcionários

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