ZikaPlan Rede de Enfrentamento ao Zika da América Latina é lançada no Recife Com um investimento de R$ 45 mi, projeto quer prevenir a disseminação da doença e realizar um trabalho educativo com a população afetada

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 21/10/2016 14:21 Atualizado em: 21/10/2016 15:19

Representantes de 25 institutos de pesquisa da área de saúde pública da América Latina, América do Norte, África, Ásia e Europa participam do estudo. Foto: UPE/ Divulgação
Representantes de 25 institutos de pesquisa da área de saúde pública da América Latina, América do Norte, África, Ásia e Europa participam do estudo. Foto: UPE/ Divulgação
Lançada nesta sexta-feira no Recife a ZikaPlan – Rede de Enfrentamento ao Zika da América Latina. Representantes de 25 institutos de pesquisa da área de saúde pública da América Latina, América do Norte, África, Ásia e Europa, que participam do estudo, reuniram-se esta manhã na Universidade de Pernambuco, em Santo Amaro para discutir os diferentes aspectos de pesquisas, que pretendem investigar as principais lacunas de conhecimento em relação ao vírus.

Com um investimento de 11,5 milhões de euros (cerca de R$ 45 milhões, o projeto também quer prevenir a disseminação da doença e realizar um trabalho educativo com a população afetada.

 

O ZikaPlan responde aos desafios postos pelo surto de Zika para as pesquisas e a saúde pública. A iniciativa tem uma abordagem abrangente para combater a ameaça do vírus Zika, a partir de:

- preenchimento das lacunas do conhecimento e das necessidades no atual surto de Zika para melhor entender a doença, prevenir sua disseminação e educar as populações afetadas,

- construção de uma capacidade de resposta sustentável na América Latina a outras doenças infecciosas emergentes.

O impacto do surto de Zika pegou de surpresa os cientistas e autoridades em saúde pública e atingiu fortemente as populações mais vulneráveis. A gravidade do surto e mutação do vírus têm gerado inúmeras questões de pesquisa. Para tomar medidas efetivas, as autoridades em saúde precisam conhecer a magnitude da doença e seu impacto na saúde pública, quais intervenções irão funcionar melhor para prevenir e interromper sua disseminação e como melhor orientar e tratar os infectados.

Esse surto de Zika, sem precedentes, tem também evidenciado a necessidade de construir ou reforçar capacidades locais. Em algumas regiões atingidas pelo vírus não existe a necessária infraestrutura de pesquisa para entender a ameaça e subsidiar a rápida tomada de decisões.

Para preencher essas lacunas, as instituições de pesquisa no consórcio ZikaPlan irão investigar a associação do vírus Zika com a síndrome congênita e complicações neurológicas, e a patogênese dos casos graves, através de uma série de estudos clínicos. Essas instituições irão explorar a transmissão vetorial e não vetorial e fatores de risco para dispersão geográfica, medir a carga da doença e investigar como o vírus tem evoluído, comparando antigas e atuais cepas.

Além disso, o ZikaPlan irá explorar um conjunto de medidas preventivas pessoais, inovação em diagnóstico, modelagem de controle do vetor e estratégias de vacina para subsidiar decisões políticas. As ciências sociais também irão desempenhar um importante papel no ZikaPlan para determinar as melhores estratégias de comunicação para manter informada as comunidades afetadas.

ZikaPlan irá trabalhar em conjunto com outros dois consórcios também financiados pela União Européia, ZIKAction e ZikAlliance, para estabelecer uma rede na América Latina e no Caribe. Essa rede dará suporte para o fortalecimento da capacidade local na América Latina para preparar e rapidamente lançar uma resposta de pesquisa em larga escala para as ameaças das doenças infecciosas emergentes.


ZikaPlan irá contribuir para desenvolver um plano de pesquisa inter-epidêmica, redes de pesquisas, recomendações de políticas, treinamento, e estratégias de disseminação desenhadas para fortalecer permanentemente as capacidades locais, para além dos quatro anos de vigência do projeto. Os três consórcios irão criar órgãos comuns para o gerenciamento global dos programas científicos, comunicação e questões éticas, regulatórias e legais.

Sobre o Consórcio ZikaPlan

ZikaPlan é coordenado por uma direção executiva composta pela Professora Annelies Wilder-Smith, diretora, representante da Universidade de Umeå; Professor Eduardo Massad, diretor substituto, representante da Universidade de São Paulo e mais 15 lideranças de grupos de trabalho de instituições parceiras. Conselhos consultivos independentes éticos, científicos e industriais dão apoio a essa direção executiva.

O consórcio constrói expertise e promove parcerias em diferentes áreas de pesquisas relacionadas ao Zika e outras doenças infecciosas emergentes. Os seus membros são oriundos de cinco continentes, sendo 13 da Europa, oito da América Latina, dois dos Estados Unidos da América, um da África e um da Ásia.


Membros do consórcio ZikaPLAN:


• Umeå University, Sweden
• London School of Hygiene and Tropical Medicine, UK
• University of Glasgow, UK
• The Chancellor, Masters and Scholars of the University of Oxford, UK
• Queen Mary University of London, UK
• Ulster University, UK
• Katholieke Universiteit Leuven, Belgium
• Erasmus Universitair Medisch Centrum Rotterdam, The Netherlands
• Institut Pasteur, France
• Fundacion Universidad del Norte, Colombia
• Universidad del Valle, Colombia
• Fondation Mérieux, France
• The University of Liverpool, UK
• La Jolla Institute for Allergy and Immunology, USA
• The University of North Carolina at Chapel Hill, USA
• Antwerp Institute of Tropical Medicine, Belgium
• Universidade de Sao Paulo, Brazil
• Instituto Butantan, Brazil
• Associao Tecnica-Cientifica Estudo Collaborativo Latino Americano de Malformacoes Congenitas, Brazil
• Fundacao Oswaldo Fiocruz, Brazil
• Instituto Medicina Tropical Pedro Kouri, Cuba
• Institut Pasteur de Dakar, Senegal
• Schweizerisches Tropen- und Public Health-Institut, Switzerland
• International Vaccine Institute, Republic of Korea
• Universidade de Pernambuco, Brazil

 

O site do ZikaPlan está disponível no portal The Global Health Network



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