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Esta tarde Em greve, policiais civis têm nova rodada de negociação com governo Às 17h, o Sinpol fará nova assembleia para definir se mantém ou encerra o movimento

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 21/10/2016 07:37 Atualizado em: 21/10/2016 08:28

Os policiais civis, em greve desde a zero hora desta sexta-feira, têm nova rodada de negociação com o governo do estado marcada para hoje. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Áureo Cisneiros, vai se reunir esta tarde com o secretário de Defesa Social, Angelo Fernandes Gioia. O encontro acontecerá na Secretaria de Adminstração, no Pina. Às 17h, a categoria fará nova assembleia para definir se mantém ou encerra o movimento.

Com a paralisação, de acordo com o sindicato, apenas estão sendo realizados os flagrantes e serviços essenciais. O Instituto de Medicina Legal (IML) mantém 30% da atividade. Já os serviços de emissão de boletim de ocorrência, investigações e emissão de carteira de identidade estão suspensos.

Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS) uma estratégia foi traçada para usar o efetivo da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros para auxiliar nos trabalhos da Polícia Civil. “Não haverá caos. Não haverá uma única unidade de polícia fechada. Todo efetivo da Polícia Militar e de Bombeiros estará à disposição da chefia da Polícia Civil”, afirmou. Segundo ele, a PM continuará fazendo o trabalho de repressão nas ruas e ajudará a garantir o acesso dos policiais civis que quiserem trabalhar e da população às delegacias.

Ontem à noite, o Tribunal de Justiça de Pernambuco declarou a ilegalidade da greve. A decisão do TJPE foi concedida em liminar pelo desembargador Bartolomeu Bueno, sob argumento de que as atividades da categoria “são análogas às dos militares, em relação aos quais a Constituição expressamente proíbe a greve”. O desembargador definiu que o descumprimento implicará em multa diária no valor de R$ 100 mil.

O sindicato recebeu a notificação às 21h, seis horas após a decretação da greve, em assembleia em frente ao Palácio do Campo das Princesas. "A reivindicação, ainda que justa, não pode penalizar a população. Não vamos admitir invasão de prédio público, ou piquetes, de modo a impedir que a polícia cumpra o seu papel”, afirmou. O secretário disse que o canal de negociação continua aberto.

Um dos entraves entre o governo e os policiais está no Plano de Cargos e Carreiras, aprovado em 2008, mas que, segundo a categoria, não está em prática. De acordo com o Sinpol, o movimento foi deflagrado porque o governo não cumpriu o acordo firmado em fevereiro. “Eles trouxeram uma proposta evasiva. No acordo, estava prevista a implantação do novo Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos com os reajustes salariais e benefícios escalonados a todos os servidores. Também estava prevista melhoria nas condições estruturais nas delegacias, incluindo equipamentos de segurança, e contratação de mais policiais”, disse Áureo Cisneiros.

De acordo com o secretário de Planejamento, Márcio Stefanni, uma das propostas do estado era equiparar o salário do agente em fim de carreira ao do delegado em inicio de carreira. “Em 2007, quando Eduardo Campos assumiu, essa diferença era de 200% e reduzimos para 47%. A ideia era zerar a diferença.” Segundo ele, a proposta do governo era dar um aumento de 13% para ser incorporado ao longo da carreira.

Segundo Stefanni, a proposta do Sinpol é impraticável. “Recebemos uma proposta, por meio do Sindicato dos Policiais Civis, que representaria um aumento de mais de 300% nos vencimentos.”



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