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Condenação Julgamento da morte do médico Artur Eugênio termina neste domingo

Publicado em: 24/09/2016 14:49 Atualizado em:

O assassinato do cirurgião torácico Artur Eugênio de Azevedo, 36 anos, terá seu julgamento finalizado neste domingo no Fórum de Jaboatão dos Guararapes. O júri popular começou na última quarta-feira (21) e deveria seguir até a próxima terça-feira (27), mas os trabalhos foram antecipados e a decisão sairá antes do previsto. O crime, que teve repercussão em todo o estado, chocou também a comunidade médica depois que a Polícia Civil concluiu a investigação. O inquérito apontou que o médico Cláudio Amaro Gomes, que fora chefe de Artur, seria o mandante. Além dele, foram apontados no crime o seu filho Cláudio Júnior, Lyferson e Jailson Duarte Cesar.

Os quatro estão presos no Centro de Triagem, em Abreu e Lima. Um quinto envolvido, Flávio Braz de Souza, foi morto em troca de tiros com a polícia em fevereiro de 2015, antes da decretação das prisões. Cláudio Amaro Gomes e Jailson Duarte aguardam recurso da decisão contra a resolução do julgamento por júri popular. O pedido está sendo analisado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

Entenda o caso

O médico Artur Eugênio foi assassinado no dia 12 de maio de 2014. O corpo do cirurgião foi encontrado na BR-101, no bairro de Comporta, no município de Jaboatão dos Guararapes. Segundo a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o crime teria sido motivado por desentendimentos profissionais entre Cláudio Amaro e a vítima. Os acusados negam participação no assassinato.

O médico Cláudio Amaro Gomes responderá por homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima). O acusado Cláudio Amaro Gomes Júnior será julgado por homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) – em concurso material com furto qualificado mediante fraude com comunicação falsa do crime e dano qualificado pelo uso de substância inflamável, material usado para queimar o carro da vítima, que também foi roubado.

Já os acusados Lyferson Barbosa da Silva e Jailson Duarte César responderão por homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) em concurso material com o crime de dano qualificado. Para a decisão de pronúncia, a juíza Inês Maria de Albuquerque Alves, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, levou em consideração os laudos periciais dos fatos anexados aos autos, além da audiência de instrução e julgamento realizada em sete datas entre os dias 14 de outubro de 2014 e 10 de junho de 2015. Nas audiências foram interrogados os réus e ouvidas cerca de 60 testemunhas.

O delegado Guilherme Caraciolo, que investigou o crime, disse na conclusão do caso que Artur sabia de muitas coisas erradas cometidas por Cláudio Amaro e não concordava com nenhuma delas. Eles chegaram, inclusive, a romper uma sociedade e Artur pretendia mover um processo por assédio moral contra Cláudio. No dia da apresentação do inquérito, Caraciolo falou que o superfaturamento de cirurgias e o recebimento de percentual do valor pago pelos convênios em casos onde o paciente precisasse de internação na UTI estavam entre as supostas acusações feitas contra Cláudio Amaro.

Segundo a polícia, Flávio foi a pessoa que atirou em Artur. Jailson foi o responsável por apresentar Lyferson e Flávio a Cláudio Amaro Júnior. O valor acertado para e execução da vítima pode ter chegado a até R$ 100 mil. A arma utilizada no crime, uma pistola 9mm que pertencia a Flávio, nunca foi encontrada pela polícia.

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