Polícia Desfecho do caso Artur Eugênio sai na madrugada desta segunda-feira

Publicado em: 26/09/2016 00:03 Atualizado em:

Depois de cinco dias de julgamento, o caso do médico assassinado Artur Eugênio de Azevedo terá parte do desfecho encerrado na madrugada desta segunda-feira (26). Dois dos três acusados pelo crime, Cláudio Amaro Gomes Júnior e Lyferson Barbosa da Silva, apesar de negarem participação no crime, devem ser considerados culpados pela juiza Inés Maria de Albuquerque, da 1º Vara do Tribunal do Júri de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana. Familiares do médico assassinado em 2014 acompanham o julgamento, usando camisas brancas com a foto da vítima.

No julgamento, Cláudio Júnior assumiu apenas ter comentado com Lyferson que Artur estaria, supostamente, ofendendo o pau dele e, por isso, estaria pensando em dar um “susto” no médico, ex-sócio de Cláudio Amaro Gomes. O acusado, no entanto, afirmou que teria voltado atrás antes da ação acontecer. Lyferson nega qualquer participação, argumentando que não foi visto em qualquer um local por onde o médico passou - desde o momento que foi perseguido até o assassinato.

Apesar das defesas, o Ministério Público defendeu que os dois executaram o médico com a ajuda de um terceiro elemento, Flávio Braz de Souza. Na investigação, a Polícia Civil localizou imagens que mostram Cláudio Júnior no hospital onde o médico trabalhava e antes dele largar. No carro estariam os dois comparsas. A acusação diz que as provas são incontestáveis e a defesa declarou que não pediria a inocência dos réus.

Os outros três acusados pela morte do médico são Flávio Braz, morto em troca de tiros com a polícia militar em fevereiro de 2015, Cláudio Amaro Gomes e Jailson Duarte César, que aguardam julgamento. Eles recorreram da decisão de serem submetidos a júri popular, mas o pedido não foi acatado.

Relembre o caso

- O médico Artur Eugênio foi assassinado a tiros em 12 de maio de 2014. Ele foi atacado por dois homens na entrada do prédio onde morava, em Boa Viagem, na Zona Sul da capital pernambucana, que o arrastaram.
- No dia seguinte, o corpo dele foi encontrado com três marcas de bala nas costas e uma na cabeça no bairro de Comporta, no município de Jaboatão dos Guararapes, na BR-101. O carro da vítima, queimado, foi deixado na Guabiraba.
- O médico Cláudio Gomes era colega da vítima. De acordo com denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o crime foi motivado por desentendimentos profissionais entre os dois, que haviam trabalhado juntos. De acordo com o delegado Guilherme Caraciolo, Artur saberia e discordaria de erros do colega de trabalho. Eles haviam rompido uma sociedade.
- Cláudio Gomes teria contado com o apoio do filho, o bacharel em direito Cláudio Júnior, para planejar o crime.
- Em junho de 2014, Cláudio Gomes foi preso na própria residência, em Boa Viagem, e Cláudio Júnior foi detido em um restaurante na Encruzilhada. Eles prestaram depoimento na Delegacia de Prazeres, em Jaboatão. Junto com o filho, foi encontrado um revólver calibre 38 sem registro.
- Jailson Duarte César teria sido pago por Cláudio Júnior para contratar Lyferson Barbosa da Silva e Flávio Braz para matar Artur. Flávio teria atirado em Artur, de acordo com a polícia.
- O pagamento pelo assassinato teria sido de até R$ 100 mil. A pistola 9mm usada no crime, pertencente a Flávio, nunca foi encontrada.
- A decisão de levar os acusados a júri popular foi tomada pela juíza Inês Maria de Albuquerque Alves, em agosto do ano passado. A decisão foi baseada em laudos periciais e em audiências de instrução e julgamento ocorridas entre 14 de outubro de 2014 e 10 de junho de 2015.

Com informações do repóerter Rodrigo de Luna, da TV Clube/Record



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL