Esta manhã Diabéticos protestam contra falta de medicamentos na Farmácia do Estado Pacientes alegam estar há mais de dois anos sem receber o tratamento completo e adequado para evitar sequelas

Publicado em: 27/07/2016 08:27 Atualizado em: 27/07/2016 09:31

Pacientes que dependem de medicamentos fornecidos pela Farmácia do Estado protestam em frente ao Palácio do Campo das Princesa. Foto: Henrique Souza/ DP
Pacientes que dependem de medicamentos fornecidos pela Farmácia do Estado protestam em frente ao Palácio do Campo das Princesa. Foto: Henrique Souza/ DP
Pacientes que dependem de medicamentos fornecidos pela Farmácia do Estado, seus amigos e familiares protestam na manhã desta quarta-feira, em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo do estado. Eles denunciam a falta de drogas para o controle da diabetes.

"Esse descaso não é de hoje, estamos há mais de dois anos sem receber o tratamento completo e adequado para que não tenhamos sequelas devido ao descontrole glicêmico, mas com a falta de medicamentos na Farmácia do Estado de Pernambuco nós, diabéticos, estamos morrendo um pouco a cada dia. É um direito nosso receber mensalmente as insulinas e insumos, mas o Governo de Pernambuco não está cumprindo a Lei Federal 11.347/2006, que dispõe sobre a distribuição gratuita de medicamentos e materiais necessários à sua aplicação e à monitoração da glicemia capilar aos portadores de diabetes", explica o texto postado no grupo "Não queremos tratar as sequelas. Queremos evitá-las", criado na rede social Facebook para convocar para o protesto.

Problema recorrente - No dia 15 de julho, Após uma campanha de mobilização realizada pelas redes sociais e uma ação na justiça, a aposentada Sandra Marúcia Wandeley Arcoverde, de 63 anos, recebeu medicamento imprescindível ao tratamento pós-transplante de órgãos. Fornecido exclusivamente pelo governo, o micofenolato de 500 mg estava em falta há dois meses. A boa notícia chegou restando apenas cinco dias para que dona Sandra ficasse sem o medicamento que faz com que seu organismo não rejeite os rins e fígado que lhe garatem uma nova vida. Uma ação foi movida junto à 7ª Vara da Fazenda Pública. Na tarde de ontem, o juiz da 7ª vara da Fazenda Pública, Haroldo Carneiro, determinou que o Estado de Pernambuco forneça a medicação imediatamente, intimando o governo do estado, imediatamente, para cumprir a decisão.

A luta da aposentada foi acompanhada pelo Diario. O coordenador da Unidade Geral de Transplantes do IMIP, Amaro Medeiros, confirmou à nossa reportagem que os pacientes atendidos no local têm sofrido com a irregularidade no fornecimento das medicações imunossupressoras. "Ciclosporina, Tacrolimus, Micofenolato de mofetila, Micofenolato de sodio,Azatioprina, Sirolimus, Everolimus e Predinisona. Todos os transplantados utilizam uma combinação destes medicamentos para evitar que o órgão transplantado seja rejeitado. Esta combinação depende de uma série de fatores particulares do paciente e do, ou dos,órgãos transplantados", afirma. Segundo ele, o IMIP, os médicos e os pacientes têm cobrado do governo a solução deste problema que, até o momento, ainda não teria causado o óbito em qualquer doente da unidade, de acordo com o especialista.


Em 2015, a falta de medicamentos para portadores de doenças crônicas ou raras como doenças renais, pulmonares, diabetes, vírus HIV, esquizofrenia, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e pacientes transplantados também foi denunciada em matéria do Diario. Na época, a falta frequente dos remédios foi denunciada ao Ministério Público Estadual de Pernambuco, que convocou uma audiência para tratar do caso, especialmente sobre a falta do medicamento metacrilato, importante para o tratamento da lipodistrofia (síndrome da redistribuição de gordura).



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