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Transporte Metrô tem nova direção e menos recursos Fazer mais com menos será o maior desafio da atual gestão do metrô. O sistema sofreu um corte de 38% no orçamento e tem a menor tarifa do país

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 26/05/2016 07:18 Atualizado em:

Segurança e manutenção. Essas foram as palavras mais enfatizadas pelo novo superintendente regional do Metrô do Recife, o engenheiro mecânico Leonardo Villar Beltrão. Pela frente, ele terá o desafio de administrar o sistema com menos recursos após o corte de 38% no subsídio do governo federal. O sistema passará a receber R$ 51 milhões de subsídio. O problema é que o sistema operacional do metrô custa cerca de R$ 270 milhões, mas só consegue arrecadar cerca de R$ 70 milhões com a tarifa de R$ 1,60, a menor do país.
A mudança de gestão foi anunciada ontem pelo Ministério das Cidades, que também afastou o então superintendente, Clélio Correia. Formado pela Universidade Federal da Paraíba, o novo gestor assume o cargo interinamente. Ele é natural de João Pessoa e trabalha na Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU/Metrorec) desde 1983. Após ter chefiado gerências no metrô - sendo a última a de Obras, que comandou até agosto de 2015 -, Villar Beltrão terá como principal desafio o fortalecimento do metrô enquanto meio de transporte coletivo.
A ligação com o convite para ser o novo superintendente aconteceu às 11h de ontem. Segundo o engenheiro, o ministro interino das Cidades, Bruno Araújo, pediu um levantamento detalhado da empresa e um plano de ação para o curto, médio e longo prazos. “Temos que dar continuidade à operação do metrô, que, hoje, apresenta carências nas áreas de segurança e manutenção. Vamos trabalhar para, dentro do possível, trazer melhorias imediatamente”, disse.

Questões orçamentárias devem ser discutidas posteriormente. “Fui convidado no fim da manhã e não falamos sobre orçamento ainda”, afirmou. Sobre a mudança de gestão, o Ministério das Cidades informou, por nota, que “trata o assunto como prioridade e está empenhado em encontrar o melhor conjunto de profissionais para a missão de tirar o Metrô do Recife da situação calamitosa em que se encontra”, disse a nota.

Para o professor de engenharia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fernando Jordão, especialista em transporte ferroviário, é positivo que o Ministério das Cidades tenha escolhido um nome técnico e alguém que conhece a realidade do sistema para a superintendência. “O metrô está precisando de um estudo para definir o que pode ser ampliado. Há décadas, tem a mesma malha. É preciso dar um novo sentido ao metrô; rever seu papel, sua atuação. Fazer debates para fortalecer o papel estruturador dele”, pontuou.

Situação atual
Uma das principais queixas dos usuários e funcionários é a insegurança. No domingo, uma tentativa de assalto terminou com uma morte e prisões no metrô. Um mês antes, uma mulher foi agredida em um assalto. A vítima estava sozinha no trem entre as estações Joana Bezerra e Recife, quando foi abordada. Ela segurou a bolsa e foi espancada pelo assaltante durante cerca de dois minutos. Problemas de manutenção também são denunciados por passageiros do sistema. No último dia 2, os usuários da Linha Sul sofreram atraso nas viagens. Por volta das 7h45, um trem quebrou na estação Imbiribeira. O problema durou cerca de 20 minutos.


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