Protesto Marcha das Vadias vai às ruas contra o machismo

Publicado em: 28/05/2016 14:11 Atualizado em: 28/05/2016 18:57

Trinta contra todas. Esse foi o principal grito de guerra da Marcha das Vadias no Recife que foi realizada neste sábado (28). Cerca de 4 mil manifestantes protestaram pela igualdade de direitos entre sexos, contra a agressão sexual e o machismo e pela apuração do recente caso de estupro onde 33 homens abusaram de uma adolescente dopada no Rio de Janeiro. O protesto teve início na Praça do Derby, às 13h, seguiu pela Avenida Conde da Boa Vista das 15h às 17h, interrompendo temporariamente o trânsito no sentido Derby-cidade e foi finalizado na Praça do Diario, centro do Recife.

A sexta edição da Marcha das Vadias na capital pernambucana contou ainda com uma apresentação para lembrar sobre o chocante caso do Rio de Janeiro e alertar para que este não fique em pune. O protesto, organizado por feministas e pelo Coletivo Marcha das Vadias é contra também o cenário político atual, definido como "facista e conservador".

Durante a caminhada pela Avenida Conde da Boa Vista, as ativistas ficaram de topless e algumas foram ofendidas por homens que estavam passando na via. Após algum tumulto, os homens foram afastados com gritos de "machistas". Por outro lado, a marcha teve grande apoio dos moradores e comerciantes da avenida, que bateram palmas e elogiaram os cartazes e gritos de guerra.

Na página do movimento no Facebook, 4,2 mil pessoas haviam confirmado presença no ato. O perfil diz ainda: "Diante desse cenário político atual marcado pelo avanço do facismo e conservadorismo, herança maldita do nossos sistema político colonial e patriarcal, que tem como base e sustento a misoginia, o racismo e o elitismo, nós mulheres somos o seu principal alvo e precisamos resisitr frente aos abusos e afrontas que estamos sofrendo."

Origem

O Movimento Slutwalk surgiu no Canadá, no início de 2011, e ganhou o mundo levantando a bandeira contra a culpabilização da mulher em casos de agressão sexual. A Marcha das Vadias contesta e tenta desconstruir a ideia de que mulheres são culpadas pelas agressões que sofrem. Por isso, o próprio nome protesta contra a crença de que as mulheres que usam roupas consideradas provocantes, como blusinhas transparentes, lingerie, saias e salto alto merecem abuso sexual. O topless, geralmente praticado durante o protesto, também busca abolir o preconceito contra mães amamentando em público ao defender que o seio feminino não é um objeto sexual.

 

Com informações da repórter Marcionila Teixeira



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL