Reunião Moradores discutem desapropriação no entorno do Complexo do Curado Uma área de quase 20 mil metros quadrados será desapropriada para criar um perímetro de segurança

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 08/04/2016 08:42 Atualizado em: 08/04/2016 09:09

A intervenção tem o objetivo de criar um perímetro de segurança ao redor do complexo. Foto: Paulo Paiva/DP (A intervenção tem o objetivo de criar um perímetro de segurança ao redor do complexo. Foto: Paulo Paiva/DP)
A intervenção tem o objetivo de criar um perímetro de segurança ao redor do complexo. Foto: Paulo Paiva/DP

As quarenta e duas famílias que devem ter os imóveis desapropriados no entorno do Complexo Prisional do Curado, no bairro do Sancho, Zona Oeste do Recife reúnem-se nesta sexta-feira na Escola Maria da Paz, na Avenida Liberdade. A intervenção tem o objetivo de criar um perímetro de segurança uniforme para toda a área das três unidades prisionais que formam o complexo.

Para discutir o assunto, os moradores convidaram representantes dos poderes executivo, legislativo e judiciário, além de membros da comunidade no entorno do Complexo do Curado. Entre os convidados estão o promotor da Vara de Execuções Penais de Pernambuco, Marcellus Ugiette, a secretária de Direitos Humanos Laura Gomes e o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

Uma área de quase 20 mil metros quadrados no entorno do complexo prisional deverá ser desapropriada pelo governo do estado, causando a remoção das residências instaladas nas ruas Santana de Ipanema, Maria de Lurdes da Silva e parte da Orfeu do Carnaval. O decreto foi publicado ontem no Diário Oficial apontando que o Tesouro Estadual, e a Procuradoria Geral do Estado (PGE) vão tratar das indenizações de maneira amigável ou judicial. Os moradores ficaram insatisfeitos e vêm realizando atos de protesto contra a medida.

Mecânico foi vítima de bala perdida no Curado
A insegurança dos vizinhos do complexo é real. No dia 23 de janeiro, uma bomba explodiu o muro do presídio para dar fuga em massa a 40 detentos. As desapropriações foram anunciadas cinco dias depois. Em setembro de 2015, o mecânico Ricardo Alves da Silva, 33 anos, morreu após ser atingido na cabeça por uma bala perdida durante o tiroteio no Complexo Prisional Aníbal Bruno. Por volta das 6h, o rapaz escovava os dentes no quintal de casa, quando foi atingido pelo disparo. Ricardo foi atingido por uma bala de fuzil, na área de serviço de sua residência, na Rua Alto da Bela Vista, bairro do Totó, próxima à unidade de segurança. Ele se arrumava para ir trabalhar, quando uma bala perdida, vindo de dentro do complexo, o atingiu. Inicialmente, Ricardo foi encaminhado para o Hospital Otávio de Freitas, mas foi transferido para o Hospital da Restauração (HR), onde morreu.



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