Esta manhã Assembleia discute desapropriação no entorno do Complexo Prisional do Curado Serão removidas 42 residências instaladas em uma área que compreende quase 20 mil metros quadrados

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 25/04/2016 09:45 Atualizado em: 25/04/2016 10:16

A Frente Parlamentar em Defesa da Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) realiza na manhã desta segunda-feira uma reunião ordinária para a desapropriação de área no entorno do Complexo Prisional do Curado, no bairro do Sancho, Zona Oeste do Recife. Serão removidas as residências instaladas em uma área que compreende quase 20 mil metros quadrados, nas ruas Santana de Ipanema, Maria de Lurdes da Silva e parte da Orfeu do Carnaval. A intervenção tem o objetivo de criar um perímetro de segurança uniforme para toda a área das três unidades prisionais que formam o complexo. O decreto foi publicado ontem no Diário Oficial apontando que o Tesouro Estadual, e a Procuradoria Geral do Estado (PGE) vão tratar das indenizações de maneira amigável ou judicial

As 42 famílias que moram no entorno e devem ter os imóveis desapropriados estão temerosos e já realizaram protestos e encontros. No dia 18 de abril, a comunidade realizou uma manifestação em frente à sede do Ministério Público de Pernambuco, na Avenida Visconde de Suassuna, no bairro de Santo Amaro. No dia oito do mesmo mês, as famílias realizaram um debate na Escola Maria da Paz, na Avenida Liberdade. Para discutir o assunto, os moradores convidaram representantes dos poderes executivo, legislativo e judiciário, além de membros da comunidade no entorno do Complexo do Curado. Entre os convidados, o promotor da Vara de Execuções Penais de Pernambuco, Marcellus Ugiette, a secretária de Direitos Humanos Laura Gomes e o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), através da 19ª Promotoria de Execuções Penais, vai propor a desativação do Complexo Prisional do Curado depois que 40 detentos fugiram da unidade em uma ação organizada realizada em janeiro deste ano. Titular da promotoria, Marcellus Ugiette está elaborando um relatório e vai propor ao governo do Estado o fim do complexo, que reúne os presídios Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (PJALLB), Frei Damião de Bozzano (PFDB) e Marcelo Francisco de Araújo  (Pamfa). 


Insegurança
A insegurança dos vizinhos do complexo é real. No dia 23 de janeiro, uma bomba explodiu o muro do presídio para dar fuga em massa a 40 detentos. As desapropriações foram anunciadas cinco dias depois. Em setembro de 2015, o mecânico Ricardo Alves da Silva, 33 anos, morreu após ser atingido na cabeça por uma bala perdida durante o tiroteio no Complexo Prisional Aníbal Bruno. Por volta das 6h, o rapaz escovava os dentes no quintal de casa, quando foi atingido pelo disparo. Ricardo foi atingido por uma bala de fuzil, na área de serviço de sua residência, na Rua Alto da Bela Vista, bairro do Totó, próxima à unidade de segurança. Ele se arrumava para ir trabalhar, quando uma bala perdida, vindo de dentro do complexo, o atingiu. Inicialmente, Ricardo foi encaminhado para o Hospital Otávio de Freitas, mas foi transferido para o Hospital da Restauração (HR), onde morreu.



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