Transferência Delegada Gleide Ângelo começa a atuar na Delegacia de Olinda nesta segunda-feira

Publicado em: 16/11/2015 12:29 Atualizado em: 16/11/2015 13:43

A delegada Gleide Ângelo começou a atuar nesta segunda-feira na Delegacia de Olinda, para onde foi transferida na semana passada pela Secretaria de Defesa Social (SDS). Procurada por nossa reportagem, Gleide confirmou o primeiro dia de plantão na delegacia, mas preferiu não se pronunciar.


A delegada atuou por seis anos no do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde ficou famosa por participar de investigações de casos importantes, como os assassinatos da alemã Jennifer Kloker, da estudante Alice Seabra e da administradora Narda Alencar. A medida teria tomado de surpresa a delegada, considerada competente e que reúne um histórico de casos de grande repercussão desvendados.

De acordo com a Polícia Civil, a remoção faz parte de rodízio de rotina e também servirá para fortalecer o combate aos homicídios, que têm aumentado em Olinda. O órgão acrescentou que a delegada será promovida. Já a Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), anunciou que irá entrar com uma ação na Justiça para cancelar a medida.

A Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe) prometeu acionar a Justiça para tentar impedir a transferência. De acordo com o presidente da associação, Francisco Rodrigues, o departamento jurídico da Adeppe está analisando a remoção para definir quando entrará com as medidas judiciais cabíveis.

Já a vereadora Isabella de Roldão (PDT) deu entrada na Câmara Municipal do Recife, em um voto de repúdio contra o secretario de Defesa Social Alessandro Carvalho em protesto contra a transferência da delegada.  Para a parlamentar, a atitude foi arbitrária. A vereadora se pautou na legislação para defender a manutenção de Gleide Ângelo na pasta: "É de se saber, ainda, que desde 2013 vigora a Lei nº 12.830 a qual traz as novas prerrogativas e garantias funcionais do delegado de polícia, determinando nesta lei que a remoção do delegado de polícia somente se dá por ato fundamentado. Assim, não há justificativas plausíveis para que a remoção de Gleide Ângelo para a Delegacia de Olinda se a carência, volume e maior necessidade do desempenho de seu trabalho são no DHPP", justifica.

No entendimento de Isabella, a remoção é um exemplo do sexismo com que as mulheres são tratadas: "É inadmissível que a violência contra a mulher e o machismo sejam reproduzidos no espaço onde efetivamente deveriam combatê-los. A violência contra as mulheres constitui uma expressão da relação de desigualdade entre homens e mulheres. É uma violência baseada na afirmação da superioridade de um sexo sobre o outro, nomeadamente, dos homens sobre as mulheres", concluiu a parlamentar.



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