Estacionamento Boa Viagem também terá Zona Azul terceirizada Para chegar a 5 mil vagas de Zona Azul, a CTTU vai ampliar o modelo para outras áreas

Publicado em: 13/11/2015 07:25 Atualizado em: 13/11/2015 08:39

Estudo de demanda da CTTU identificou potencial de vagas rotativas nos bairros de Boa Viagem e Ilha do Leite. Foto: Annaclarice Almeida/ DP/ DA Press
Estudo de demanda da CTTU identificou potencial de vagas rotativas nos bairros de Boa Viagem e Ilha do Leite. Foto: Annaclarice Almeida/ DP/ DA Press
O projeto de ampliação e privatização das vagas de estacionamento da Zona Azul do Recife irá além da área central, onde funciona o sistema, nos bairros de São José, Santo Antônio e Bairro do Recife, onde estão concentradas 2,4 mil vagas. O estudo que está sendo feito pela Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) inclui também outros bairros com potencial de privatização. Entre eles, já estão confirmados, os bairros de Boa Viagem e Ilha do Leite, além dos entornos dos mercados públicos como Encruzilhada, Madalena e Afogados.

Com isso, a proposta da CTTU é alcançar 5 mil vagas físicas com capacidade de 14 mil vagas rotativas. O Diario antecipou, ontem, o projeto, que segundo o secretário de Mobilidade e Controle Urbano, João Braga, contemplaria 14 mil vagas em até 10 anos. “Nós estimamos ampliar a capacidade das vagas com o maior controle do tempo de permanência e, dessa forma, estimamos que esse número chegue às 14 mil vagas rotativas”, corrigiu a presidente da CTTU, Taciana Ferreira.

A proposta da CTTU, que será apresentada na próxima semana ao prefeito Geraldo Julio, inclui ainda o uso da tecnologia para tornar mais prático e seguro o processo. A ideia é usar o mesmo sistema já adotado pelo Porto Digital, no Bairro do Recife, do tíquete eletrônico. “As pessoas vão poder comprar o tíquete pelo smartphone mesmo”, explicou Taciana Ferreira.

A ampliação e a privatização das vagas da Zona Sul, dependem, no entanto, de mudanças na legislação. “Será necessário criar uma lei para permitir esse modelo de negócio, mas antes haverá uma audiência pública para discutir essa questão com a sociedade”, ressaltou Taciana Ferreira.

Atualmente a Zona Azul custa R$ 1,00 para um tempo de permanência, que varia de 2h a 5h, dependendo da via. Na área central da cidade, o espaço é muito utilizado por quem trabalha no Centro, que mesmo tendo que renovar o tempo de permanência, o custo é ainda muito menor do que um estacionamento privado, que varia de R$ 7 a R$ 10 a hora.

Para o professor e urbanista Geraldo Marinho, a rotatividade é importante para inibir o uso acomodado do espaço público. “Em uma área onde há uma demanda grande, reduzir o tempo de permanência é uma iniciativa importante porque permite que mais pessoas usem o espaço por um determinado período”, afirmou.
Ele diz, no entanto, que mais importante do que ampliar espaço para Zona Azul é criar outras alternativas de acessibilidade. “Melhorar as calçadas e abrir mais espaço para o pedestre é mais relevante. A preocupação com as vagas de estacionamento é ainda um modelo retrógrado de pensar a cidade”, disse.

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL