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Projeto Novo Recife Movimento Ocupe Estelita organiza coletiva e manifestação na Praça do Derby

Publicado em: 01/10/2015 08:58 Atualizado em: 01/10/2015 10:02

O Movimento Ocupe Estelita realiza, na tarde desta uinta-feira, uma manifestação na Praça do Derby, área central do Recife. Segundo os organizadores, o ato, marcado para as 16h, é uma forma de resistência ao Projeto Novo Recife, que segue novamente para o Conselho de Desenvolvimento Urbano para ser aprovado. A Prefeitura do Recife informou que a reunião do Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU), marcada para esta sexta-feira, foi adiada.


Esta manhã, o grupo concede uma entrevista coletiva no mesmo local. Líderes do movimento, como Gabriel Soares e Oto Paiva, deverão se pronunciar sobre o pedido de informação protocolado junto à Prefeitura do Recife e a respeito das investigações da Polícia Federal (PF), que apontou fraude no leilão do terreno a ser utilizado para a realização do projeto Novo Recife.

O projeto prevê, entre outros pontos, a construção de 12 prédios, área comercial, hotéis, restaurantes, bares e estacionamentos na área do Cais José Estelita. O local ainda preserva vestígios de edificações históricas abandonadas, como antigos armazéns de açúcar e galpões. O prefeito Geraldo Júlio sancionou a lei aprovada pela Câmara Municipal, em maio passado, definindo as novas normas de ocupação dos cais José Estelita e Santa Rita e área do Cabanga.

Os críticos da iniciativa apontam prejuízo à memória nacional e o aspecto segregador do projeto, uma vez que o terreno de 105 mil metros quadrados, localizado em área histórica e considerado importante cartão-postal da capital pernambucana, passará a ser propriedade da iniciativa privada.

PF - Na manhã desta quarta-feira, a Polícia Federal (PF) em Pernambuco cumpriu, um mandado de busca e apreensão na sede da empresa Novo Recife Empreendimentos Ltda, na Avenida Domingos Ferreira, bairro do Pina, no Recife. As buscas fazem parte da operação batizada de Lance Final, que apura suspeita de fraude em um leilão que resultou na arrematação do terreno da antiga RFFSA, localizada na Avenida Engenheiro José Estelita. Realizado em 2008, o processo teve como ganhador a Novo Recife.

As equipes recolheram computadores, planilhas, documentos e contratos. Segundo a PF, as diligências que estão sendo realizadas hoje têm como objetivo apurar se há outros crimes associados, tais como tráfico de influência e corrupção ativa e passiva. Foi requerido também pela Polícia Federal à Justiça Federal o sequestro do imóvel arrematado, para garantir o ressarcimento do referido prejuízo.


Durante as investigações, iniciadas em março de 2015, a PF chegou a evidências de fraude ao caráter competitivo no leilão, que podem configurar crime previsto na lei de licitações (Artigo 90 da lei 8.666/93). A polícia apura se, em função do direcionamento do leilão, a empresa Novo Recife teria conseguido arrematar o terreno por um preço inferior ao de mercado, à época, em quase R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais).

 



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