Operação Lance Final
PF recolhe computadores, documentos, contratos e planilhas na sede da Novo Recife Empreendimentos
Ação de busca e apreensão apura suspeita de fraude em um leilão que resultou na arrematação do terreno da antiga RFFSA, no Cais José Estelita
Publicado em: 30/09/2015 11:32 Atualizado em: 30/09/2015 13:40
Entrevista coletiva foi concedida pelo Superintendente Regional da PF-PE, delegado Marcello Diniz Cordeiro e pelas delegadas Andrea Pinho, responsável pela operação e Carla Patrícia. Foto: PF/ Divulgação |
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As equipes recolheram computadores, planilhas, documentos e contratos. Segundo a PF, as diligências que estão sendo realizadas hoje têm como objetivo apurar se há outros crimes associados, tais como tráfico de influência e corrupção ativa e passiva. Foi requerido também pela Polícia Federal à Justiça Federal o sequestro do imóvel arrematado, para garantir o ressarcimento do referido prejuízo.
Uma entrevista coletiva sobre a operação está sendo concedida, na sede da PF, na Avenida Cais do Apolo, pelo Superintendente Regional da PF-PE, delegado Marcello Diniz Cordeiro e pelas delegadas Andrea Pinho, responsável pela operação e Carla Patrícia. Ainda hoje, a PF também cumpre mandado de busca e apreensão na sede da Milan Leilões, localizada em São Paulo e que seria responsável pela realização do leilão. A área leiloada é palco de uma acirrada disputa envolvendo entidades que discordam da utilização da área para a construção de torres residenciais e empresariais, além de um parque linear. O movimento ficou conhecido como Ocupe Estelita.
PFapura suspeita de fraude em um leilão que resultou na arrematação do terreno da antiga RFFSA, localizada na Avenida Engenheiro José Estelita. Foto: PF/ Divulgação |
Durante as investigações, iniciadas em março de 2015, a PF chegou a evidências de fraude ao caráter competitivo no leilão, que podem configurar crime previsto na lei de licitações (Artigo 90 da lei 8.666/93). A polícia apura se, em função do direcionamento do leilão, a empresa Novo Recife teria conseguido arrematar o terreno por um preço inferior ao de mercado, à época, em quase R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais).
Novo Recife - O projeto prevê, entre outros pontos, a construção de 12 prédios, área comercial, hotéis, restaurantes, bares e estacionamentos na área do Cais José Estelita. O local ainda preserva vestígios de edificações históricas abandonadas, como antigos armazéns de açúcar e galpões.
O prefeito Geraldo Júlio sancionou a lei aprovada pela Câmara Municipal, em maio passado, definindo as novas normas de ocupação dos cais José Estelita e Santa Rita e área do Cabanga.
Os críticos da iniciativa apontam prejuízo à memória nacional e o aspecto segregador do projeto, uma vez que o terreno de 105 mil metros quadrados, localizado em área histórica e considerado importante cartão-postal da capital pernambucana, passará a ser propriedade da iniciativa privada. Parte dos moradores da cidade, no entanto, é favorável a que o Poder Público dê nova destinação ao local, que, segundo eles, está abandonado e é frequentado por criminosos e usuários de drogas.
O Consórcio Novo Recife, responsável pelas obras no local, rebate as críticas, alegando que cerca de 90 mil m² da área serão destinados à construção de um parque público. O consórcio também informa que as futuras atividades comerciais vão gerar 2,5 mil empregos na área que hoje “encontra-se bastante degradada e subutilizada”. Na época, em nota, a prefeitura sustentou que a aprovação da matéria “encerrou um processo de amplo debate com os diferentes segmentos da sociedade”.
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