Diario Urbano Dois milhões de usuários diários do sistema de transporte público na incerteza

Publicado em: 04/08/2015 07:57 Atualizado em: 04/08/2015 08:02

Dormi domingo certo de que ontem teria ônibus para ir e voltar ao trabalho. Acordei sem nenhum nas ruas. Dizem que rodaram 60 nas primeiras horas da manhã. Avistei somente um, azul e branco, e com pouquíssimos passageiros. Nesta terça-feira, levantarei incerto do destino que me aguarda. Sinto-me, como os dois milhões de usuários diários do sistema de transporte público da Região Metropolitana, atado em um jogo sem fim determinado e do qual não me conferiram o poder de jogador. Pagamos. E o que desembolsamos corresponde a mais da metade dos custo do sistema. Embora não tenhamos voz efetiva no conselho do sistema e muito menos somos ouvidos quando se judicializa pelejas entre rodoviários e patrões. Lembra aquele peão de madeira, amarrado a uma corda e puxado por crianças? É assim que me vi na segunda-feira, 3 de agosto, ao não ter recebido qualquer aviso da paralisação, ao não encontrar ônibus no Terminal Integrado da Estação Recife e quando soube, no fim da tarde e começo da noite, que eram raros os coletivos nas ruas. Nos depoimentos à imprensa, os dois lados se acusavam pelo escasseamento de viagens. Não entendia, àquela altura, a matemática da frota na rua e permanecia em dúvida sobre a matemática utilizada pelos tribunais trabalhistas. Os percentuais para os reajustes dos salários e dos tíquetes diferem muito nas duas decisões. A sentença do tribunal maior agradou empresários e desagradou trabalhalhadores, enquando nós, passageiros, ficamos a ver navios. Ou melhor, miragens de coletivos.

Parada ecológica
O assento da parada de ônibus da Torrinha, bem perto do Terminal Integrado do Cabo, faz sucesso. Tanto pelo grau de conforto quanto pelo tempo de existência. A tora usada como banco está no lugar desde 2014.

Abrigo para dengue

A preocupação cresce com as chuvas para os vizinhos de um imóvel abandonado na Rua Dr. Enéas de Lucena, na Encruzilhada. Poças são criadouros em potencial do mosquito da dengue e ninguém aparece para resolver o problema.

Sem marcação

Com resultados de exames médicos nas mãos, moradora de Tacaratu, no Sertão, tenta uma consulta para especialista em fertilidade do Imip há dois meses. Ela telefonou ontem por mais de seis horas. E voltou, quando atendida, a ouvir: “Não há mais vagas”. A validade dos exames pode expirar.

Aumentou a fila

O retorno às aulas, ontem, foi de engarrafamento na Rua Professor João Medeiros, entre as ruas Ribeiro de Brito e Jack Ayres, em Boa Viagem. No período da manhã, principalmente. Por dois motivos: o pavimento esfacelado na esquina da Ribeiro de Brito e a operação tapa- buracos metros antes.

Metros quadrados

Desafio na BR-101 Sul não é cair em buracos, mas apontar o maior. Motoristas de ônibus montaram uma lista e a liderança, no momento, cabe ao do retorno próximo à Vitarella. Os avaliadores, no olhômetro, estimam que a cratera tenha cerca de três metros de largura por dois de comprimento.

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