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Restauração Basílica da Penha reabre neste domingo

Publicado em: 03/07/2015 13:50 Atualizado em:

Neste domingo, após quase oito anos fechada para restauração, a Basílica Nossa Senhora da Penha reabre suas portas. Uma cerimônia marcada para as 17h, presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, vai marcar a volta às atividades do templo, tombado como patrimônio estadual, com presenças confirmadas do governador Paulo Câmara, do prefeito Geraldo Júlio, do reitor da basílica frei Luís de França, além de autoridades civis e religiosas.

Na ocasião, a igreja será consagrada para que possa voltar a realizar os cultos religiosos. Entre os rituais estão a dedicação da igreja e do altar a Deus. Dom Fernando vai derramar sobre o altar o óleo do Crisma e o ungirá. Em seguida, fará a unção das paredes marcando as cruzes dispostas nos muros com o sinal da cruz. Um fogareiro será colocado no altar, onde o arcebispo irá depositar incenso sobre as brasas, que serão colocadas no turíbulo (vaso metálico usado nas cerimônias litúrgicas para queimar o incenso) para dar início ao rito de incensação do altar e de todo o templo. Concluído esse momento, o altar será limpo e decorado com toalha, flores, castiçais e crucifixo. A última etapa do cerimonial será a iluminação da basílica. Todas as velas e luzes serão acesas, concluindo o rito. Em seguida, as portas do tempo serão abertas pelo arcebispo e as chaves serão entregues ao reitor da basílica. Logo após, a missa seguirá como de costume.

A igreja foi construída entre os anos de 1870 e 1882. O estilo coríntio a torna única na capital pernambucana. Ela é um exemplar acadêmico da Basílica de San Giorgio Maggiore (São Jorge Maior) construída pelo arquiteto Andrea Palladio, na cidade de Veneza, Itália, e conterrâneo do autor do projeto da Basílica da Penha, frei Francesco. A edificação tem planta baixa em cruz finalizada por semicírculo e fachada neoclássica com estatuária em mármore no exterior, como a de Nossa Senhora da Penha. A descoberta foi fruto de estudos realizados pelos professores e restauradores antes do início do restauro.

As portas de entrada foram entalhadas pelo artista plástico italiano Valentino Besarel em madeira, com alto relevo e recobertos com cobre. Ele também esculpiu o coro alto, os púlpitos, o trono do acima do altar-mor, as imagens de mármore branco de Santo Antônio e São Francisco e o painel abaixo do altar da Virgem. O templo conta também com murais de Murillo La Greca e vários afrescos de Bottazzi decorando os forros da nave central.

As intervenções ajudaram a chamar a atenção para o painel de mosaico vitrificado feito pela Società Musiva Veneziana, na Itália. A relíquia permaneceu no anonimato por ter perdido o brilho com o tempo. A beleza do ornamento foi revelada após limpeza feita pelos restauradores. A obra retrata a aparição de Nossa Senhora a Simão, pastor de ovelhas, que, segundo a tradição, seria devorado por um crocodilo e foi salvo pela mãe de Jesus.

Desde que as obras tiveram início, no dia dois de setembro de 2007, as cerimônias e a tradicional bênção de São Felix ocorriam no pátio ao lado do templo. Os serviços foram orçados em mais de R$ 6 milhõe, com recursos obtidos por meio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Prefeitura do Recife, Lei Rouanet e da contribuição dos devotos.

As obras não terminaram. As torres sineiras ainda aguardam reparos. Há rachaduras e foi constatado o desprendimento do reboco. Por precaução, elas estão escoradas. Esses problemas não causam risco à nave central. Por conta disso, a Secretaria Municipal de Defesa Civil atendeu ao pedido dos frades capuchinhos, que a administram o templo, e permitiu o uso de dois terços da área da nave para as cerimônias religiosas. Rampas de acessibilidade estão sendo construídas com dinheiro obtido a partir de campanhas feitas com os fiéis. A previsão é que estejam prontas em três meses.

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